68 mil ligações por mês, em média. Agora, imagine que todas essas chamadas precisam ser registradas e gravadas para que possam servir de material de análise posterior, caso seja necessário.
Essa é a rotina mensal do Copom, o centro de operações da Polícia Militar. E essa é apenas uma das unidades que estão espalhadas pelo estado de São Paulo. Ao total, são 11 centrais como essa que recebem chamadas de emergência o tempo todo e organizam as viaturas para os atendimentos de ocorrências.
Com tanta informação chegando a cada instante, só mesmo um grande centro de processamento de dados para dar conta do recado. Com um sistema próprio, os Data Centers da polícia armazenam todos os dados de câmeras e boletins de ocorrência. Além dessa estrutura física, os dados já trafegam, também, por sistemas na nuvem.
Se os números e a tecnologia que roda sem parar para atender o Copom impressionam, há vários outros momentos em que a tecnologia é protagonista do trabalho da polícia. Um exemplo é a tendência mais recente, de criação de aplicativos pensados para ajudar a combater o crime. No primeiro capítulo dessa série, demos dois exemplos de aplicativos usados para o monitoramento das ruas das cidades. Já este aplicativo aqui foi criado com uma finalidade super específica: tentar combater os crimes contra mulheres. Implantado no primeiro semestre deste ano, o SOS Mulher é destinado a quem tem medida protetiva determinada pela justiça. Sua principal função é de pedido de socorro. Em caso de urgência, basta um toque no botão para acionar uma viatura que se desloca imediatamente até o local onde a mulher se encontra. A localização é feita automaticamente, usando informações do smartphone.
Os aplicativos começam a entra na guerra contra a criminalidade. Mas, há um outro recurso bem mais simples, que facilitou a vida de muita gente há algum tempo: a possibilidade de registrar boletins de ocorrência pela internet. Mas, além de tornar o processo do registro de uma ocorrência bem mais rápido e fácil, o boletim digital tem outra vantagem: todas as informações postadas neles ficam disponíveis quase que imediatamente para os policiais na rua, por meio de uma rede de dados privativa da polícia. Assim, a informação de furtos e outras ocorrências fica disponível para os policiais assim que a vítima registra sua queixa.
Volta e meia, imagens de ações policiais correm o mundo. A maior parte é gerada por forças de segurança dos Estados Unidos. Boa parte dos policiais de lá já anda acompanhado de várias câmeras – seja nas viaturas, seja coladas ao uniforme.
Nos planos da polícia paulista, em breve as ruas de São Paulo recurso semelhante. O projeto é instalar uma câmera na farda de cada policial. Ela deve registrar o tempo todo a ação dos agentes, e transmitir em tempo real essas imagens para a nuvem. Assim, as ações policiais devem ganhar muito mais transparência. A Body Cam, como é chamada, já está sendo testada em algumas unidades na Zona Sul da capital paulista e deve ser implantada em toda corporação ainda neste ano.
Para 2020, uma nova tecnologia deve começar a fazer parte do dia a dia. Mas, esse já é um recurso, digamos, mais controverso. Várias cidades norte-americanas, como São Francisco, por exemplo, baniram os sistemas de reconhecimento facial. Mas, aqui, a tecnologia de reconhecimento facial é uma das prioridades. Ela também já está em fase de testes.
E já que estamos falando de futuro, um dos projetos mais ambiciosos é a criação de uma viatura inteligente. A ideia é que os carros da polícia possam, sozinhos, fornecer informações em tempo real das ocorrências. Por enquanto, a viatura inteligente ainda é um plano – mas há uma boa expectativa em torno do assunto.
Nos Estados Unidos já existem robôs sendo colocados em funções de segurança – servindo até como guardas em vários locais públicos espalhados pelo país.
Vendo imagens como essa, dá até para pensar que estejamos caminhando na direção de soldados cibernéticos, no melhor estilo Robocop… mas, mesmo que isso seja uma possibilidade real, ainda estamos muito distantes de algo parecido com os seres de metal que vigiam as ruas de Detroit nos filmes. Por enquanto, a tecnologia está sendo trazida para trabalhar lado a lado com os policiais. Aqui no Brasil, ela é cada vez mais uma aliada decisiva na dura batalha de tentar tornar as cidades brasileiras um pouco mais seguras.