Review: iPhone X é um smartphone fantástico apesar do preço

Renato Santino29/12/2017 13h05, atualizada em 29/12/2017 14h00

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Por Daniel Junqueira

O iPhone nunca mudou tanto quanto no lançamento do iPhone X. O novo smartphone da Apple, feito para comemorar os dez anos da linha, é o que mais apresenta novidades em relação a modelos anteriores. Pela primeira vez em uma década usuários do aparelho vão precisar de algum tempo de adaptação para tanta coisa nova, mesmo que essa curva de aprendizado não seja das mais altas. E, dependendo da Apple, essa adaptação vai ser importante para os próximos dez anos da história dos smartphones.

O primeiro iPhone era diferente de tudo o que existia no mercado quando foi lançado em 2010. O iPhone X não é tão estranho assim. Apesar de trazer uma série de novidades, ele continua sendo o smartphone que a Apple desenvolve há uma década. Seu design pode não ser idêntico ao iPhone 8, mas ainda tem um ar de “iPhone” que não é encontrado em outras marcas.

É verdade que, por ser extremamente caro – a partir de R$ 7.000 no Brasil – ele não é exatamente um aparelho para todos. É para poucos, mas poucos que devem ajudar a moldar o futuro dos smartphones. Com recursos como o reconhecimento facial usado para desbloqueio de tela e até para pagamentos, com uma tela enorme OLED que ocupa toda a parte frontal e mudança bastante radical de como navegar pelo aparelho, o iPhone X entrega o que promete? O Olhar Digital testou o novo smartphone da Apple para saber a resposta.

Tela e usabilidade

A Tela OLED de 5,8 polegadas é maior do que parece. O iPhone X é extremamente compacto, e mesmo com mais polegadas do que o iPhone 8 Plus, ele é menor em altura do que o irmão. O aproveitamento de espaço na parte frontal do iPhone X é bastante impressionante – é também uma tendência do mercado de smartphones como um todo, que aposta cada vez mais em telas “infinitas” e menos bordas nos aparelhos.

O display OLED é fantástico, com cores vivas e nítidas como poucos smartphones conseguem exibir. É fácil enxergar o que é exibido independentemente do ângulo de visão e da iluminação local. O nível de brilho é excelente. Arrisco dizer que é a melhor tela já colocada em um smartphone – se não for a melhor, está entre as melhores.

O único porém fica por conta da “franja” na parte superior da tela. Ela existe para abrigar a câmera frontal e os sensores que o iPhone X usa, mas na prática acaba cortando um espaço pequeno da tela. Como consequência, apps precisam se adaptar a ela, seja aproveitando menos o display (exibindo uma faixa preta na parte superior onde fica a “franja”), ou então deixando a mostra para todo mundo a pequena barra preta.

A tela infinita também ocupa o espaço que era do Touch ID, o leitor de digitais do iPhone. O recurso foi abandonado no iPhone X, e junto com ele o botão Home foi embora. Usuários de iPhone sabem da importância do botão físico na usabilidade do smartphone, então a Apple precisou fazer algumas mudanças na forma de navegar no aparelho.

Em resumo, quase tudo agora é baseado em gestos: deslize o dedo a partir de uma barra virtual na parte inferior da tela para cima e volte à tela inicial do aparelho. Deslize de baixo para cima e segure por alguns instantes para chegar ao recurso de multitarefa do aparelho. Puxe a partir do canto superior direito da tela para encontrar a Central de Controle. Puxe do lado esquerdo para as notificações. A Siri foi deslocada para o botão lateral de ligar/desligar o aparelho, e basta segurá-lo para ativar a assistente digital.

Apesar de diferente, a nova forma de navegação é bem fácil de se adaptar e em questão de horas o usuário já sabe exatamente o que fazer no aparelho.

O Face ID funciona muito bem: mesmo em condições desfavoráveis de luz ele reconheceu o rosto rapidamente. Para ativar o recurso, você pode tanto pressionar o botão lateral para ligar, quanto dar um toque rápido na tela para ela acender, ou então levantar um iPhone que esteja deitado em uma mesa. Isso faz com que o aparelho comece a buscar por rostos registrados para desbloqueio.

Outra novidade são os animojis: emojis animados que acompanham o movimento da cabeça e da boca do usuário e podem ser usados para enviar mensagens para amigos. Eles vivem dentro do aplicativo de mensagens do iPhone X e o usuário pode escolher entre nove diferentes: cão, gato, robô, unicórnio, porco, macaco, E.T, peru, raposa e até um simpático cocô.

Gravar um animoji é fácil: toque o botão que aparece na tela e comece a falar o que você quer. Ele acompanha os movimentos da sua cabeça e da boca, e o resultado final pode ser salvo em vídeo para envio em outros aplicativos, como o WhatsApp. Não é um recurso revolucionário e definitivamente não faz valer o preço do smartphone, mas é uma adição divertida e que certamente vai ser bastante usada.

Desempenho e bateria

Com o mesmo processador do iPhone 8, o iPhone X parece voar. Tudo abre rapidamente e não há lentidão ou engasgo que seja facilmente notado – não notei nenhum problema no tempo em que fiquei com o aparelho. Agora sabemos que esse desempenho impressionante deve ser apenas temporário, já que a Apple confirmou que prejudica o desempenho do processador do iPhone para compensar o desgaste de bateria.

Em relação à bateria, o resultado é impressionante. O iPhone não é exatamente conhecido por sua bateria duradoura, mas isso mudou com o iPhone X. Nos nossos testes, o aparelho aguentou um uso intenso de internet e redes sociais ao longo de um dia inteiro, além da reprodução de música e alguns vídeos, e ainda tinha carga de sobra no fim do dia. Andar com o carregador é recomendável, claro, mas se um dia você sair de casa sem, pode ficar tranquilo que a chance do iPhone X aguentar é bem grande.

Mas nem tudo é ótimo: o iPhone X é compatível com carregamento rápido, mas não acompanha um carregador compatível com a tecnologia na caixa. Quem quiser ter mais carga de bateria mais rapidamente vai precisar desembolsar uma grana para conseguir um carregador turbo. – a Apple vende o carregador por R$ 329, e mais um cabo Lightning USB-C compatível com o carregador por R$ 149.

Câmera

Como de costume, a Apple apostou bastante na câmera do iPhone X. Ele usa dois sensores – um com abertura f/1,8 e outro com abertura f/2,4. A resolução é de 12 megapixels, e os resultados, como de costume, são incríveis.

As fotos capturadas com o iPhone X são excelentes praticamente em qualquer situação. Mesmo com pouca luz ele consegue um resultado bom, o que não é algo que todo smartphone pode falar que faz. Quando as condições de luz são boas ele brilha: as imagens são bastante nítidas e detalhadas, sem ruídos ou qualquer coisa que prejudique a qualidade.

Confira algumas fotos capturadas com o iPhone X:

 

Conclusão

O iPhone X é fantástico. O reconhecimento facial funciona muito bem, a usabilidade foi bem adaptada para o novo formato do aparelho. A tela é maravilhosa e a bateria aguenta muito bem. Mas ele custa R$ 7.000, e é difícil recomendar uma compra dessas para qualquer pessoa.

O mais importante do iPhone X deve ser seu legado: as ideias que a Apple apostou e que podem ser adotadas por outras empresas no futuro, como o próprio Face ID que, diferentemente de outros aparelhos, funciona de verdade. As ideias boas foram bem implementadas, mas é difícil cravar que o futuro dos smartphones vai ter o iPhone X como base.

Ficou interessado no produto? O aparelho avaliado nesse texto pode ser comprado na loja virtual do Olhar Digital, desenvolvida em parceria com o Magazine Luiza. Embora o Olhar Digital possa receber uma comissão nas vendas da loja virtual, a parceria com o Magazine Luiza não tem influência alguma sobre o conteúdo editorial publicado. Além disso, a disponibilidade do produto e o preço cobrado são de responsabilidade do Magazine Luiza.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital