Muitas empresas têm seus dados pessoais. E é provável que algumas delas você nem saiba. O que elas têm feito com todas essas informações, que, afinal, pertencem a você, não a elas?

Essa é uma das grandes discussões atuais quando o assunto é privacidade. Não à toa, leis têm sido aprovadas em todo o mundo para regular como o tratamento desses dados deve ocorrer.

Aqui no Brasil não é diferente. Em agosto, deve entrar em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a LGPD. E ela vai mudar completamente a forma como as empresas vão se relacionar com as informações que armazenam.

O consultor George Silverio da Silva conta que uma das principais novidades é a chegada do DPO, o responsável por cuidar desse universo de informações. Aqui no Brasil, ele será conhecido como encarregado de dados. E como esse profissional vai atuar?

Em resumo, o DPO vai garantir que os dados armazenados na empresa sejam bem cuidados. E isso vai além da manutenção dos bancos de dados.

O encarregado de dados vai ter de assegurar que as informações guardadas pela empresa são usadas exatamente como ela declara que o são. Ou seja, de acordo com o que foi acordado com o titular desses dados, o consumidor.

Apesar de a LGPD já ter data para começar a valer, pouquíssimas empresas estão prontas para ela. Especialmente quando o assunto é o DPO: a verdade é que a grande maioria das companhias ainda tenta entender o que esse profissional faz.

Um dos entraves para a escolha do candidato ideal é o fato de a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que vai monitorar esse trabalho, ainda não ter sido efetivamente constituída pelo governo federal. E esse não é um processo fácil.

João Bruno Soares é DPO. Ele é sócio de uma empresa de marketing que usa informações como uma de suas matérias-primas.

Esse foi um dos principais motivos para que sua empresa rapidamente se adaptasse às regras da LGPD. Soares diz que a própria natureza do negócio requer a atuação constante de um encarregado de dados.

Nesse cenário de incertezas, é bastante provável que muitas companhias primeiro contratem um encarregado de dados terceirizado. Depois de entender melhor a atuação desse profissional e a forma como ele interage com as diferentes áreas da organização, elas poderão avaliar qual o impacto do trabalho dele em seu ecossistema.

Muitas mudanças devem ocorrer com a LGPD e o encarregado de dados, mas a principal delas é o fato de os dados serem tratados com mais zelo. Lembre-se de ficar atento à forma como suas informações são tratadas!