A bateria que você carrega no bolso e dá vida ao seu celular usa basicamente a mesma tecnologia que está presente nas enormes baterias dos carros da Tesla, por exemplo. São baterias de íons de lítio. A boa notícia é que esse tipo de bateria tem se tornado cada vez mais barata e cada vez mais eficiente. A má notícia é que elas ocupam um grande espaço e são bastante pesadas. Parte desses dois problemas se deve ao fato de que, no interior delas, há líquidos. É por meio desses líquidos que os íons circulam entre um eletrodo e outro, liberando energia.
Há alguns anos, já se sabe que substituir esse líquido por alguma coisa sólida, que faça o mesmo trabalho, poderia criar baterias mais eficientes. São as chamadas baterias de estado sólido. Mas, apenas agora essa nova tecnologia começa a ganhar força. Um dos melhores exemplos vem desse ônibus, apresentado pela Mercedes-Benz. O eCitaro usa apenas baterias de estado sólido – que pesam menos e oferecem mais autonomia, ocupando bem menos espaço que as tradicionais. Esse ônibus tem autonomia de 220 quilômetros com um carga – o que é bastante para um veículo desse porte. E mesmo em dias de inverno, com os aquecedores ligados, ou nos dias quentes, com o ar condicionado acionado, essa autonomia se mantém na casa dos 170 quilômetros. Além disso, as baterias de estado sólido têm uma vida útil muito mais longa – em torno de 10 anos.
Há ainda dois obstáculos para tornar essa nova tecnologia mais atraente: o preço ainda é ligeiramente mais alto que as de íons de lítio e, por enquanto, esse tipo de bateria não permite carregamento rápido. No caso desse ônibus, são necessárias 9 horas até uma carga completa.