Laboratório Digital: comparamos TVs 4K topo de linha

Roseli Andrion28/02/2020 23h51, atualizada em 29/02/2020 22h00

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Está aberta a temporada de testes e comparações de 2020 do Olhar Digital. No primeiro Laboratório Digital do ano, comparamos TVs 4K TOP de linha que estão disponíveis no mercado brasileiro. Colocamos lado a lado: a LG OLED C9, de 55 polegadas, e a Sony Xbr A9G, a TCL C6 e a Samsung Q80, todas de 65 polegadas. É importante destacar que devido à diferença de tamanho dos modelos e, consequentemente, seus preços, esses dois aspectos não foram levados em consideração na escolha final.

Avaliamos alguns aspectos importantes para este quesito, como a beleza do produto, o material usado no acabamento, a espessura, as bordas da tela e até onde estão posicionadas as portas para a conexão de cabos e demais dispositivos. Aqui é analisada não apenas a beleza, mas também a facilidade de manuseio da TV.

A TV da TCL tem visual elegante. Sua soundbar abaixo da tela é um dos pontos que mais chamam a atenção, dando aquela sensação de estar diante de um aparelho potente. O display é bem fino, assim como suas bordas. Devido à altura da base e à posição das entradas, esconder os cabos conectados a ele nem sempre será fácil.

A TV da Sony tem um visual um pouco diferente dos outros modelos. A base simples deixa a tela bem rente à superfície. O display tem apenas 5 milímetros de espessura e vem com acabamento de vidro. A TV da Sony traz poucas entradas laterais, o que deixa a maioria das portas na traseira e viradas para baixo. Por um lado, você consegue esconder bem os cabos, mas conectá-los não é uma tarefa muito agradável.

O modelo da Samsung chama a atenção primeiro pelo tamanho avantajado da base, que tem um dos acabamentos mais bonitos. Com espessura de 14 milímetros, esta foi a televisão mais grossa avaliada por nós. As conexões para cabos e dispositivos ficam em uma base separada da televisão e este é um de seus grandes trunfos, já que esconder os cabos e fazer conexões é extremamente simples.

Já a TV da LG aposta em um visual mais minimalista. Algo que chama a atenção nela é a espessura: são apenas 4 milímetros. As conexões ficam na lateral e na traseira, e podem ser acessadas facilmente. Então, no design, vitória da LG.

A TCL usa Android TV como sistema operacional. Na prática a experiência não é muito agradável. Para começar, o Android TV da TCL vem praticamente sem alterações, ou seja, vem puro e seus menus são um tanto confusos. Além desses problemas, a TV da TCL mostra lentidões na realização de diversas tarefas, que vão desde abrir um app até navegar pela interface.

A TV da Sony também é uma Android TV, mas a experiência é bem diferente daquela da TCL. A Sony fez mudanças pontuais no sistema operacional para melhorar sua usabilidade e isso o deixou bem agradável. Outro ponto positivo é que a marca também teve um cuidado maior com os apps pré-instalados: em sua maioria, eles são úteis e funcionam bem.

A Samsung investe em uma solução própria, a plataforma Tizen. O sistema é bem completo, mas o número exagerado de funções pode confundir o usuário. O que realmente nos decepcionou foi o suporte para ações com comandos por voz. Na TV, foi possível abrir apps e fazer pesquisas no YouTube, mas diferentemente do que já foi visto em outros modelos da marca, não foi possível pedir para abrir, por exemplo, a Netflix com um seriado favorito sem ter de fazer uma busca no app.

O sistema utilizado na LG é o WebOS, que tem como principal destaque o fato de o controle poder ser utilizado como mouse, o que facilita a interação com a interface e os apps. O sistema já traz alguns apps pré-instalados para os principais serviços da atualidade e, apesar de não usar Android, adota o Google Assistente para comandos de voz.

Aqui, a disputa ficou bem acirrada pois cada sistema se destacou em um ponto diferente. Mas a medalha de ouro vai para a Sony, que com as alterações realizadas no Android TV, consegue oferecer uma boa experiência para os consumidores.

A TV da TCL vem com um controle remoto bem simples, com acabamento de plástico. Apesar de seu uso ser confortável, é preciso dizer que o acessório carece de atalhos para algumas funções.

Com acabamento em aço escovado, o controle remoto da Sony é o mais elegante. Fora isso, ele tem muitos botões, que não estão bem posicionados nem deixam claro para que servem.

A Samsung apostou em um controle minimalista, que tem poucos – mas precisos – botões. Seu formato curvo também é interessante, já que deixa o controle bem ergonômico e confortável de ser segurado.

Já o controle remoto da LG é o mais pesado da lista, mas é o único a trazer a função “Magic remote”, que funciona como um mouse na tela.

A LG vence essa disputa, pois seu controle é o que agrega mais funções úteis sem deixar de ser simples.

Aqui, a comparação é feita do ponto de vista de um consumidor, sem entrar muito em detalhes mais técnicos. No que diz respeito à potência, LG e Samsung oferecem experiências bem parecidas. Com 40 watts de potência, ambas apresentam som limpo e com volume alto. A Sony tem alguns watts a mais, mas, na prática, eles não acrescentam muito. Entretanto, quem gosta de deixar a TV no último volume pode notar que o som apresenta algumas falhas e ruídos.

Já o som da TCL dá um show à parte e se sobressai quando é comparado com o das concorrentes. Esse resultado é fruto da soundbar certificada pela Harman Kardon, que tem uma dupla de speakers, de 10 e 5 watts. Graças a eles, a marca consegue oferecer um volume mais alto e garantir que o som do ambiente fique mais preenchido.

O quesito mais importante deste laboratório digital é, sem dúvida, a imagem. Para comparar, colocamos um mesmo vídeo com resolução 4K para ser reproduzido nas quatro TVs ao mesmo tempo com as configurações no modo padrão.

A TV da Sony foi a que mais surpreendeu, sua tela OLED garante imagem bem definida, alto nível de contraste e cores vivas, ainda que levemente saturadas. A Samsung, com a tecnologia QLED, não ficou muito atrás e apresentou o melhor brilho dos modelos testados. Apesar disso, os tons de preto ficaram um tanto apagados e isso a deixou em segundo lugar.

Já a LG tem display OLED com cores vivas, mas a nitidez e o contraste deixam a desejar. A TV da TCL, que ficou em quarto lugar neste quesito é a única com tela LED, que tem qualidade bem inferior à das  rivais: as cores são apagadas e os níveis de contraste e de definição são baixos.

Como dito desde o início, neste Laboratório Digital não levamos em conta tamanho ou preço para definir o resultado. De qualquer forma, a informação é relevante. A TV da TCL custa em torno de 5 mil reais, enquanto a LG chega a 6 mil. Indo para a parte de cima da lista, o modelo da Samsung tem preço sugerido de 13 mil e, por último, a TV da Sony no site oficial da marca custa em torno de 18 mil reais. Esses preços foram obtidos nos sites das marcas, mas é claro que, fazendo uma pesquisa ou obtendo promoções, é possível achar esses modelos com preço mais baixo.

Hora de definir o ranking. Em quarto lugar está a TCL, que apesar de surpreender no som, fica atrás das concorrentes em praticamente todos os outros quesitos. O terceiro lugar vai para a LG, que até acerta em alguns pontos, mas ainda precisa melhorar a nitidez da imagem. A medalha de prata ficou com a Samsung, que tem a melhor velocidade de processamento e uma boa imagem, mas comete alguns deslizes no sistema. Assim, o primeiro lugar deste Laboratório Digital vai para a Sony, que realmente deu um show à parte na imagem e fez adaptações pontuais para deixar a experiência com o Android TV mais agradável.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital