Inovação polêmica: empresas implantam chips em funcionários

Renato Santino15/09/2017 21h44, atualizada em 16/09/2017 22h00

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O século 21 é marcado pela constante busca da inovação. Para vencer a concorrência ou simplesmente fazer diferente, muita gente quebra a cabeça para pensar fora da caixa. Algumas inovações vêm diretamente associadas a polêmicas. Desta vez, empresas resolveram mudar drasticamente a relação com seus funcionários. Nos Estados Unidos e na Bélgica, funcionários aceitaram ter microchips implantados embaixo da pele simplesmente para tornar algumas tarefas do dia a dia mais simples e rápidas.

Você entendeu direito: implante subcutâneo para abrir portas, acessar máquinas e computadores, compartilhar informações e até pagar contas sem precisar do cartão de crédito ou do smartphone. Nos Estados Unidos, a implantação do chip é aprovada desde 2004 pelo FDA, a agência federal de administração de medicamentos e alimentos. Do tamanho de um grão de arroz, o dispositivo é similar ao usado para identificar animais de estimação.

Envolto em uma capa de vidro biocompatível, o microchip possui tecnologia de identificação por radiofrequência, NFC e 868 bytes de memória interna. A tecnologia NFC permite a troca de informações por proximidade. O implante não precisa de bateria; o dispositivo é passivo: captura energia através do campo eletromagnético do dispositivo que se aproxima como o smartphone ou o computador, por exemplo.

Claro que um implante permanente gera polêmica. Afinal, como fica a privacidade do trabalhador? Será que ele vai ser rastreado através do microchip? As empresas que já colocaram chip em seus funcionários garantem que não! Primeiro, porque toda informação armazenada no dispositivo é criptografada e o implante não pode ser rastreado por GPS nem qualquer outro sistema de geolocalização.

Ainda que já exista quem faça implante de microchip por livre e espontânea vontade – como a gente mesmo já mostrou aqui no Olhar Digital – para a maioria ainda parece um pouco exagerado: uma modificação no corpo para tão pouco?!… A expectativa é que essa realidade se transforme no futuro. Há quem diga que, em menos de 10 anos, chips implantados no organismo poderão oferecer dados vitais sobre a pessoa como, por exemplo, níveis de glicose, ureia, oxigênio, hormônios e colesterol – tudo obtido através do sangue. Os elementos seriam analisados ao passar pelos microcanais presentes na cápsula de vidro; sensores eletrônicos identificariam então parâmetros biológicos para determinar as condições de saúde do indivíduo. Já imaginou: detectar em tempo real a passagem de células cancerígenas ou identificar sinais de um infarto iminente. Polêmico ou não, talvez seja melhor a gente começar a se acostumar com a ideia.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital