O novo imposto francês pode ser quase entendido como uma ameaça. Ao criar uma taxa de 3% sobre o faturamento de operações como a de publicidade dirigida, o governo de Emannuel Macron espera, na verdade, pressionar a Organização para o Crescimento e Desenvolvimento Econômico, a OCDE – a entidade congrega os 34 países mais ricos do planeta. Com a medida, o governo francês espera acelerar a conclusão de um acordo global no âmbito da OCDE sobre como taxar empresas como Microsoft, Google, Facebook, Apple e Amazon. Acontece que empresas digitais podem fazer com que seus lucros sejam menores ou inexistentes em determinados mercados, para escapar de impostos mais altos. Com isso, boa parte dos lucros dessas empresas acaba sendo registrado em países que têm regimes tributários mais camaradas – o que, no final das contas, significa muito mais dinheiro no caixa das companhias. Como era de se esperar, a medida francesa foi pessimamente recebida no Vale do Silício…
Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital