Um obstáculo inesperado pode surgir no caminho do 5G mundo afora: o temor de que as ondas de rádio da nova tecnologia possam ter efeitos nocivos sobre a saúde humana. Ontem, num relatório da seguradora do banco HSBC, o analista Sunil Rajgopal afirmou que algumas pesquisas indicam risco aumentado de problemas relacionados a redes de celular. E ele não está sozinho na preocupação. Na Bélgica, por exemplo, o governo suspendeu os testes com 5G em Bruxelas, pelas dificuldades encontradas para medir a quantidade radiação emitida pelas torres. Na Suíça, também foi anunciada uma desaceleração da adoção do 5G até que seja criado um mecanismo que monitore os níveis de emissão de radiação. Do lado das operadoras, há uma veemente defesa da tecnologia. Elas afirmam que não qualquer evidência de riscos à saúde humana, e citam o fato de que, nos Estados Unidos, ao contrário do que afirmam alguns, o número de casos de câncer no cérebro vem caindo desde a década de 80. A dúvida em relação ao 5G surgiu por conta das frequências usadas na nova tecnologia. O atual 4G trabalha em frequências relativamente baixas, bem distantes das usadas por raios-X ou raios Gama – que são perigosos para o organismo. Já o 5G opera em frequências bem mais altas, mais próximas das usadas por esses raios – ainda que mais baixas. Outra diferença é que os raios-X e Gama são chamados ionizantes. Enquanto as ondas do 5G são não-ionizantes. E essa diferença é fundamental para o tipo de efeito que elas podem ter sobre o corpo humano.
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