Imagine criar um robô igual a você que possa ir a encontros e reuniões em seu lugar. Foi isso que o professor Hiroshi Ishiguro fez. Diretor do laboratório de robótica da Universidade de Osaka, Ishiguro veio ao Brasil neste fim de semana dar uma palestra e mostrar sua criação, que já foi até a um encontro com o presidente do Chile em seu lugar.
O robô tem uma pele de silicone bem realista, e se move de maneira estranhamente natural. Com um módulo de inteligência artificial, ele é capaz de dar palestras e responder a perguntas em nome do professor.
“Ele é meu irmão gêmeo”, diz Ishiguro sobre sua criação.
Segundo o professor, o robô é parte de sua pesquisa sobre o uso de robôs como interface: ele acredita que a melhor interface para um ser humano é outro ser humano. E por isso os robôs humanóides podem ser a melhor maneira de permitir que as pessoas interajam com sistemas e serviços digitais.
O robô tem uma pele de silicone bem realista, e se move de maneira estranhamente natural. Com um módulo de inteligência artificial, ele é capaz de dar palestras e responder a perguntas em nome do professor.
Mas para chegar a esse ponto, é necessário que o robô seja muito parecido com uma pessoa de verdade. E segundo Ishiguro esse processo é tão difícil quanto parece.
“É necessário ter cuidado com os materiais para criar uma pele que se pareça com a de pessoas de verdade”, ele diz.
Outro desafio, segundo ele, é que “a movimentação dos músculos faciais também exige uma série de programações complexas”.
Ishiguro ainda que os robôs têm uma função ainda mais importante: ajudar a entender o que é ser humano. Ele nos contou que “para construir um robô que se pareça com um ser humano, é necessário ter um entendimento profundo do que um ser humano é. E quando precisamos explicar por que o robô não parece um ser humano, somos levados a pensar no que é que nos diferencia deles”.
Por isso, ele afirma que seu ramo de pesquisa exige uma integração da engenharia com as ciências humanas. Se houver uma fronteira entre essas duas áreas, não é possível avançar nesse ramo.
No futuro, o professor acredita que os robôs podem ser uma porta para a nossa imortalidade. “Quando o nosso corpo se deteriorar, nossa mente poderia ser digitalizada e transferida para um corpo robótico parecido com o nosso”, ele diz.
Embora Ishiguro não seja um especialista na área, ele crê nessa possibilidade – mas considera que “Ainda deve levar cem ou até duzentos anos para que nosso entendimento do cérebro humano seja completo o suficiente para permitir isso”.
Quando isso acontecer, as máquinas e as pessoas deverão ser um mesmo organismo. Afinal, ele diz “se chegar o ponto em que não for possível distinguir um robô de uma pessoa, os dois já serão a mesma coisa”.