Cientistas, arquitetas, professoras, jornalistas, biomédicas… As mulheres estão em todas as profissões. E muitas delas trabalham para mudar o mundo e transformar a vida das pessoas.
Isso fica ainda mais claro em momentos críticos, como o atual em que a epidemia de coronavírus se espalha pelo mundo. Nesse cenário, é preciso atuar rapidamente. Por isso, com a chegada da infecção ao Brasil, um grupo de cientistas do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo foi acionado para fazer o sequenciamento do vírus.
E a equipe é formada apenas por mulheres: são quatro pesquisadoras, lideradas por Jaqueline Góes de Jesus. Essa biomédica baiana já estudou os vírus da zika, da chikungunya e da dengue, e é uma das principais especialistas na análise desses microrganismos no país.
O trabalho do grupo ganhou repercussão internacional. Afinal, o sequenciamento da variação de coronavírus que está causando a doença por aqui foi feito por elas em apenas 48 horas. Em outros países, projetos semelhantes demoraram bem mais tempo que isso.
Assim como a equipe de Jaqueline faz um trabalho incrível na investigação de vírus, os pesquisadores que trabalham com a também biomédica Helena Nader não ficam atrás. Helena lidera um grupo que pesquisa a heparina, um anticoagulante natural. Sua equipe e seu trabalho são referência em todo o mundo.
Helena iniciou os estudos da heparina na década de 1970, quando ainda estava na graduação. De lá para cá, publicou muitos artigos científicos – inclusive o primeiro deles sobre o tema no mundo! – e ganhou reconhecimento de toda a comunidade científica internacional. Mas nem sempre foi assim: Helena lembra que, por ser mulher, muitas vezes foi vista como incapaz.
Mesmo assim, ela diz que faria tudo de novo e que é preciso que as mulheres ocupem diferentes espaços na sociedade. Essa é também a visão da professora Débora Garofalo. Ela é uma das pioneiras no uso de sucata em aulas de robótica no Brasil e, por isso, foi até indicada ao prêmio de Melhor Professor do Mundo.
Débora, como Helena, sente que a mulher ainda encontra dificuldade para ter reconhecimento e respeito em áreas como ciência e tecnologia. Ela acredita, entretanto, que persistir e encarar as dificuldades pode derrubar essas barreiras.
Uma das iniciativas que dá apoio a mulheres que querem atuar no segmento de tecnologia é a da PrograMaria. Criado pela jornalista Iana Chan, esse negócio de impacto social tem como objetivo formar mulheres para essa área.
O trabalho é árduo, mas ganha cada vez mais apoio de empresas. Entre as chaves do sucesso está a possibilidade de garantir diversidade no ambiente corporativo.
Como se não bastassem as dificuldades triviais, ainda tem um agravante: as mulheres correm riscos frequentes relacionados a violência. É preciso, então, ajudá-las a enfrentar esse fantasma. Com isso em mente, a arquiteta mineira Priscila Gama criou o aplicativo Malalai.
Afinal, fazer as mulheres se sentirem seguras onde quer que estejam é o primeiro passo para empoderá-las. O trabalho das cinco profissionais mencionadas nesta reportagem demonstra que as mulheres podem, sim, ser o que quiserem. Especialmente na ciência e na tecnologia!