H2O… Com moléculas formadas por dois átomos de hidrogênio e outro de oxigênio, a água é a fonte da vida – indispensável para qualquer ser vivo. Cerca de 70% do nosso planeta é coberto por ela, mas 97% é salgada. Ou seja, imprópria para o consumo. Menos de 3% da água da Terra é doce. E, ainda assim, para se tornar própria para consumo do ser humano, a maior parte precisa ser devidamente tratada. E até quando a gente menos imagina, a tecnologia está envolvida em nosso favor…

Esta é uma das maiores estações de tratamento de água da cidade de São Paulo. A tecnologia é antiga, mas consagrada. Funciona perfeitamente bem e atende milhões de pessoas diariamente na maior cidade do país. Todo o processo de tratamento é físico-químico e tudo é controlado de perto através de sensores espalhados pelas diferentes etapas que medem, por exemplo, o nível de turbidez, o PH e o nível de cloro da água tratada.

Sempre foi assim. Mas durante a crise hídrica no estado de São Paulo, em 2015, a empresa de saneamento básico viu a necessidade de implantar uma tecnologia de tratamento mais moderna. Mais cara, é verdade. Mas com velocidade do processo bastante superior e resultados excelentes. É a chamada membrana…

O funcionamento da nova tecnologia se assemelha ao tradicional filtro de café. Através de membranas com porosidade até seis mil vezes menor que um fio de cabelo, o processo é capaz de vírus, bactérias e algas, além de reduzir a necessidade de produtos químicos no tratamento da água.

O sistema de membrana apresenta uma série de vantagens sobre o tratamento convencional. Claro, por ser uma tecnologia mais moderna, o custo é mais alto. Mas é uma saída de emergência para casos como o da crise de 2015 por aqui. Na membrana, o processo também é totalmente automatizado – aliás, é por isso que a gente quase não vê ninguém trabalhando por aqui. A intervenção humana é mínima. Os profissionais apenas acompanham os dados do processo de tratamento através desses monitores dentro do laboratório. Outro grande benefício é a economia de água. Sim, a recuperação da água nas membranas é próxima dos 90% – algo muito superior ao obtido no convencional.

Mas você deve estar se perguntando: se é tão melhor assim, porque não usar somente a membrana? A explicação é fácil. Primeiro, em time que está ganhando, não se mexe. A tecnologia antiga com processos físicos e químicos é suficientemente boa para abastecer a maior metrópole do país. Segundo, dá só uma olhada no tamanho dessa estação – é quase uma mini-cidade. Já pensou substituir tudo por algo mais caro? Adivinha quem iria pagar a conta no final. Melhor deixar como está…