Controlar processos inflamatórios que danificam o tecido pulmonar e reparar o dano causado por eles. Esse é o objetivo do tratamento criado por cientistas espanhóis com células-tronco para combater a covid-19. Dois testes clínicos iniciais mostraram que a opção é segura.

O teste foi realizado no Hospital Universitário de Salamanca, na Espanha, e o resultado mais recente saiu em julho. Participaram da pesquisa 13 pacientes com covid-19 internados na Unidade de Terapia Intensiva: 11 deles sobreviveram a complicações graves da doença.

A terapia foi batizada de “células mesenquimais do estroma” ou “células medicinais sinalizadoras”. Isso porque elas emitem sinais para que os sistemas imune e circulatório ativem a reparação dos danos causados nos tecidos.

O efeito anti-inflamatório ocorre pelo controle das tempestades de citocinas, que é a proliferação descontrolada de moléculas inflamatórias. As células-tronco migram para o pulmão e liberam moléculas anti-inflamatórias.

Agora, os cientistas iniciaram a fase 2 de testes para avaliar a eficácia da terapia. Não é a primeira vez que as células-tronco demonstram resultados promissores em testes clínicos. Em março, pesquisadores do Hospital Mount Sinai, de Nova York, testaram o tratamento em fase 1 e obtiveram bons resultados: 10 de 12 pacientes graves sobreviveram. 

A Mesoblast, que forneceu as células-tronco para o teste clínico, encaminhou solicitação à agência reguladora americana, a FDA, para conseguir liberação antecipada da terapia. De acordo com a empresa, os reguladores prometeram responder ao pedido até 30 de setembro.