Nossa equipe atravessou o globo para conhecer de perto um dos maiores laboratórios de testes do mundo da tecnologia. Em Yokohama, na Terra do Sol Nascente, visitamos o Yamato Lab, da Lenovo. Mais de uma centena de testes foram desenvolvidos aqui para levar esses equipamentos ao limite antes que eles cheguem às mãos dos consumidores.
“O laboratório contribui para que a gente possa resolver problemas reais dos consumidores; para que nossos equipamentos não quebrem. Nosso foco principal é estar à frente do tempo para saber como fornecer a melhor qualidade e confiança possível nos nossos produtos.”, vice-presidente da Lenovo.
No ensaio de choque térmico, os computadores são submetidos a uma variação brusca de temperatura que varia de menos 20 a 60 graus Celsius – o que poderia acontecer, por exemplo, no compartimento de cargas de um avião. Nesta câmara isolada, o teste é para garantir que o sinal de Wi-Fi chegue igualmente por todos os lados do aparelho; em uma mesa giratória, o notebook é bombardeado por ondas eletromagnéticas em 360 graus.
Agora um dos testes mais curioros que presenciamos aqui envolve poeira… trazida dos quatro cantos do planeta.
“É a atenção com os mínimos detalhes que nos importa. No caso do teste de poeira, o que fizemos foi investigar diferentes tipos de poeira de diferentes partes do mundo para projetar uma ventoinha que basicamente repele a poeira. Este é o nível de qualidade que nasce desses laboratórios”, diz Bathia.
Para avaliar forças sobre a tela, esses braços robóticos passam horas testando o movimento e avaliando as dobradiças do notebook. Esta outra máquina levanta o laptop a pouco mais de um metro e meio do chão antes de soltá-lo em queda livre. Este outro teste dobra o monitor para ter certeza de que a tela não vai quebrar facilmente. E aqui, os pesos de cerca de 20 quilos simulam impactos repetidos sobre a máquina e muita vibração. E, se não bastasse, ainda tem uma prova de queda de canto – um dos acidentes mais fatais para qualquer dispositivo eletrônico.
Mas, a história aqui não é apenas de testes de resistência para as máquinas. O Laboratório também aponta tendências para o futuro…
“Uma das coisas que a gente faz aqui tem a ver com Inteligência Artificial. Especialmente quando observamos a maneira que nosso cliente utiliza o produto. E a gente usa a Inteligência Artificial embarcada no sistema. Não é necessário sair e voltar ou acessar qualquer serviço na nuvem, afinal a privacidade dos nossos usuários é uma preocupação número um. Mas a Inteligência Artificial é uma maneira de ver como podemos processar as informações de uso dentro do próprio sistema: uso da bateria e outras diferentes aplicações”, explica Luis Hernandez, vice-presidente do Centro de Desenvolvimento.
O uso da Inteligência Artificial embarcada nas máquinas vai permitir coisas bem bacanas. Por exemplo: vamos imaginar que você acorde normalmente às sete da manhã todos os dias. Dotado de inteligência artificial, seu notebook vai saber disso e, neste horário, já estará com todos seus e-mails, notificações a agenda atualizados – antes mesmo de você abrir o aparelho. Ou, mais do que isso, entender o ambiente que você está e configurar automaticamente o brilho da tela ou volume do som do computador – tudo de forma transparente e intuitiva.
Ao final da nossa visita, uma conclusão. De certa maneira, o Laboratório Yamato resume um pouco a própria lógica do Japão: um país extremamente pragmático, em que tudo precisa ser posto à prova inúmeras vezes, mas que consegue, ao mesmo tempo, estar sempre conectado ao futuro.