A cada 160 nascimentos, uma criança apresentará sintomas de autismo. Isso é o que diz a estatística da Organização Mundial da Saúde. Se você multiplicar isso pelos números de natalidade atuais, você chega à soma de cerca 800 mil crianças que nascem com o problema. Todos os anos. É um monte de gente… Felizmente, a tecnologia está tornando cada vez mais fácil diagnosticar o transtorno e dar a essas crianças mais qualidade de vida.
Em São Paulo, o PROTEA, um grupo de pesquisa sobre transtornos do espectro autista da USP, busca novas ferramentas o tempo todo para ajudar, detectar e tratar o transtorno. E uma tecnologia promissora que vem surgindo nesse setor é o “Eye tracking”, ou rastreamento ocular.
O aparelho é basicamente um monitor com equipamentos especiais. Em sua parte inferior, há quatro luzes infravermelhas que iluminam os olhos. As pupilas refletem a luz infravermelha e, com base nesse reflexo, o monitor consegue determinar para qual ponto da tela a pessoa está olhando. Pode até parecer simples, mas é suficiente para ajudar no diagnóstico.
Os testes de rastreamento ocular podem ajudar a detectar traços de autismo em bebês a partir de nove meses. A tecnologia ainda está em fase de aprovação, mas vai além do simples diagnóstico.
Enquanto o rastreamento ocular ainda está em fase de testes, já há uma série de aplicativos para celular e tablet que podem ajudar no desenvolvimento das crianças. Um deles é esse aqui, o Play Kids.
Algumas tarefas cotidianas, como cortar o cabelo e escovar os dentes, são muito desafiadoras para crianças com sinais de autismo e o aplicativo tem vídeos musicais que ajudam a tornar essas tarefas mais divertidas, o que faz toda a diferença.
Paula também recebe um relatório semanal com os vídeos que o Felipe assistiu e as habilidades que ele desenvolveu. Para ela, o resultado tem sido super positivo. E olha que ela já testou várias outras estratégias mais conhecidas no mundo digital – e acabou tendo problemas.
O Play Kids é só um dos aplicativos e soluções que podem auxiliar no desenvolvimento. Tem outros, como o ABC Autismo, um aplicativo que auxilia na alfabetização. A lista de ferramentas continua com outros jogos populares. Games como o Draw Something, o Portal 2 e até mesmo o Minecraft podem oferecer um ambiente controlado e seguro no qual essas crianças se sentem à vontade para interagir. Aliás, uma das dicas é essa: quando for experimentar alguma ferramenta digital para os seus filhos, preste atenção nas funcionalidades, mas também no tipo de ambiente que ela cria: as crianças em geral mergulham muito mais intensamente nos mundos criados pelos jogos e pelos aplicativos – assim, é super importante analisar que tipo de visão de mundo e que tipo de valores esses aplicativos estão transmitindo.