O nome já diz tudo. Nobreak: sem interrupção, numa tradução livre. Como esse já é um velho conhecido de muita gente, pode ser que você imagine que eles são todos muito parecidos e que, no máximo, você precisa prestar atenção na tensão – 110 ou 220 volts – e na capacidade, certo? Prestar atenção nesses dois itens é fundamental, é claro, mas ele contam apenas uma pequena parte da história. Para começar a desenrolar os fios dessa história, vamos dar uma olhada na capacidade. Esse talvez seja o primeiro aspecto a ser levado em conta. E, aí, não tem jeito, você vai mesmo ter que fazer contas! Pegue os aparelhos que você pretende conectar ao nobreak e some a potência de todos eles. Esse número está geralmente impresso no corpo dos dispositivos, ou em alguma etiqueta colada a eles e aparece, em geral, em Watts. Com a soma em mãos, é hora de dar uma olhada no modelo de nobreak e procurar uma informação: o fator de potência. Em geral, esse fator varia entre 0,6 e 1 – e normalmente você encontra essa informação na ficha técnica do nobreak. Quanto mais próximo de 1, mais eficiente é o nobreak. Voltando ao nosso cálculo, divida a soma da potência dos seus aparelhos por esse valor e você terá a capacidade mínima do nobreak que você deve comprar. Aqui tem uma boa notícia: a maior parte dos sites dos fabricantes de nobreak já oferece uma calculadora – que faz as contas para você. Mas, é bom entender a lógica da história.
Quanto maior a potência do nobreak, mais tempo os seus dispositivos poderão ficar ligados quando a luz acaba. Qual o tempo ideal? Depende. Imagine que o melhor cenário seria aquele em que haja tempo hábil para desligar seus aparelhos com segurança. O problema é que quanto mais autonomia você precisa, mais caro fica o nobreak.
Os nobreaks já vêm com baterias – e, dependendo do modelo, dá para acoplar baterias extras, para aumentar a autonomia. Só tem um detalhe importante aqui: do mesmo jeito que a bateria do seu carro dura, em média, 2 a 3 anos, o mesmo acontece com as baterias do seu nobreak. Então, não tem jeito: a cada ciclo de 2 a 3 anos, ou você substitui as baterias, ou compra um nobreak novo.
Agora chegamos a um dos itens menos conhecidos em relação aos nobreaks: eles se divide mem senoidais, semi-senoidais ou de dupla conversão. Apesar dos nomes estranhos, essa classificação é super simples – e você precisa saber dela, antes de comprar. O primeiro tipo é o senoidal. Sem entrar em detalhes técnicos, basta saber que esse tipo de nobreak fornece energia de modo similar a uma tomada convencional. Esse tipo de nobreak é indicado, por exemplo, para computadores que demandam mais energia, como as máquinas da galera gamer ou servidores.
O segundo tipo é o semi-senoidal. Esse tipo de nobreak é indicado para aparelhos mais simples, como modens, roteadores, televisores, eletrodomésticos em geral e computadores mais comuns, como desktops em geral.
Por último, temos os nobreaks de dupla conversão, que muita gente chama de nobreaks online. Esses são aparelhos mais sofisticados, inidicados para missões mais críticas, como em servidores de altíssimo desempeno e até para aparelhos hospitalares, como máquinas de tomografia, que não podem ter sua operação afetada por interferências na rede elétrica – por menores que sejam. Aliás, todos os nobreaks também fazem as vezes de estabilizador da energia que chega aos aparelhos – ou seja, além da questão da autonomia, eles também servem para diminuir a variação da rede elétrica que chegaria aos seus aparelhos. No Brasil, que tem redes super instáveis, esse pode ser um fator importante na longevidade dos dispositivos…
Para finalizar, tem a questão do bolso. Aqui, a boa notícia é que tem nobreak para todos as carteiras. Os preços começam a partir de 250,00 reais – e como a gente já avisou, crescem junto com a potência do aparelho e também com o fator de potência.
Pode não parecer, mas um nobreak é um aparelho recheado de um monte de variáveis técnicas. Mas, você não precisa ser um engenheiro para escolher certo. Se você seguir essas rápidas orientações, pode ficar tranquilo: pode comprar sem susto e manter o susto longe, mesmo que rede elétrica da sua casa viva pregando peças.