Review: LG Q6+ se destaca por ser compacto, mas não consegue impressionar

Renato Santino01/11/2017 22h14, atualizada em 02/11/2017 15h00

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Por Daniel Junqueira

No começo de setembro, a LG anunciou o Q6+, um smartphone intermediário que aposta no recurso de reconhecimento facial e em design compacto para se destacar em meio a tantos aparelhos que estão no mercado atualmente. No papel ele parece bom, com um processador octa-core, 4 GB de RAM, 64 GB de armazenamento interno, e a leitura de rosto como medida de segurança. Mas será que o resultado final está dentro do esperado?

O Olhar Digital testou o LG Q6+ para saber se ele cumpre o prometido. Confira abaixo qual foi a nossa avaliação do novo smartphone intermediário lançado pela fabricante coreana no mercado brasileiro.

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Design e tela

Por fora, o Q6+ não se destaca muito. Smartphones são muito parecidos no geral e, em um primeiro momento, pouca coisa se destaca nele. Um retângulo com bordas arredondadas. A traseira de plástico é levemente curvada e se encaixa bem na mão, o que é um ponto positivo. Por outro lado, o plástico parece atrair arranhões, que surgem com pouco tempo de uso. Na parte frontal, há uma tela. Uma tela imensa.

O display do Q6+ tem 5,5 polegadas, mas nem parece. O smartphone é incrivelmente compacto. Ele se encaixa perfeitamente na mão e não apresenta grandes dificuldades para quem quer usar apenas uma das mãos. Isso porque ele segue a tendência do mercado atual de abandonar as bordas em nome de uma “tela infinita” na parte da frente: quando a tela acende, não há praticamente nada na parte frontal além do display. O aproveitamento da parte frontal do aparelho é incrível.

A tela não impressiona apenas pelo aproveitamento do espaço: ela também é de boa qualidade, exibindo cores vivas e nítidas e é fácil de ver mesmo sob a luz do Sol. A LG usou um display LCD IPS com resolução Full HD e o resultado é bastante impressionante. A tela é um dos principais pontos positivos do LG Q6+.

Hardware, desempenho e bateria

Por dentro, o LG Q6+ tem especificações intermediárias. A LG escolheu por colocar um processador Snapdragon 435 octa-core e 4 GB de RAM (o Q6, anunciado junto com o Q6+, tem apenas 3 GB). No papel, ele deveria rodar grande parte dos aplicativos da atualidade sem grandes dificuldades. No geral o desempenho é aceitável, mas é fácil notar algumas lentidões e engasgos durante a navegação com o Q6+, o que é uma pena. A troca de aplicativos pelo recurso de multitarefa é bem rápida, graças aos 4 GB de RAM.

Para usos mais exigentes, como jogos, o Q6+ deixa um pouco a desejar. Ao testar o game “Asphalt 8: Airbone”, notei quedas da taxa de quadros por segundo. Novamente, não foi algo que prejudicou a experiência como um todo, mas não era esperado em um smartphone na faixa de preço e com as especificações técnicas do Q6+. No fim das contas, o Q6+ é ótimo para o uso básico de internet 4G, redes sociais e reprodução de mídia, mas para usos mais intensos ele acaba decepcionando um pouco.

Uma escolha interessante da LG foi por não incluir um leitor de digitais, cada vez mais comuns mesmo em smartphones baratos, e apostar no reconhecimento facial. Em vez de usar o dedo para desbloquear o Q6+, você usa seu próprio rosto: olhe para a câmera frontal com a tela acesa que ele reconhece que é você mesmo e libera o acesso ao aparelho.

Na prática, é mais um recurso que deixa a desejar, mas nesse caso é uma falha bem grave. Em muitos momentos o recurso simplesmente não funciona. Em outros, ele até reconhece o rosto, mas demora mais tempo para isso do que inserir um padrão de desbloqueio ou PIN numérico. Com baixa luminosidade é melhor esquecer, que a câmera frontal do aparelho não vai conseguir de maneira nenhuma reconhecer um rosto. A melhor opção é não usar o reconhecimento facial – que também pode ser burlado ao apontar a câmera para uma foto – e apostar em outras formas de desbloqueio do aparelho.

Por outro lado, o desempenho da bateria de 2.900 mAh é bastante competente, e o Q6+ aguenta muito bem um dia inteiro de uso, mesmo com acesso constante a redes sociais e internet móvel.

Software

A LG fez alterações visuais no Android 7.1 do Q6+, que ganhou cores brancas na sua interface e algumas animações extras. Mas pouco foi mexido além disso, e o geral o smartphone roda uma versão do sistema operacional que não é muito diferente da do Google. Não são muitos os aplicativos extras instalados no aparelho. Dois deles merecem destaque: o aplicativo de TV digital e o Quick Memo+, para fazer anotações.

A TV digital funciona no LG Q6+ com uso de uma antena que acompanha o aparelho na caixa. Ela é conectada à entrada de fone de ouvido e permite que o usuário assista à programação de TV em HD. O aplicativo é simples de ser usado e conta com recursos bem interessantes, como a possibilidade de gravar o vídeo ou uma foto do que aparece na tela, além de exibir a programação completa dos canais disponíveis.

Já o Qucik Memo+ permite fazer tanto anotações com o dedo – escrevendo por cima do que está na tela – quanto em texto convencional. Você pode escrever o que desejar em uma tela capturada da web, por exemplo, ou mesmo de qualquer parte do smartphone. Ele pode ser ativado tanto a partir do painel de notificações, nos ícones de acesso rápido próximo ao botão de ativar/desativar Wi-Fi, ou como um aplicativo convencional.

Câmera

A câmera traseira tem 13 megapixels com flash LED, enquanto a frontal tem 5 megapixels sem flash. Na prática, nenhuma das duas impressiona: a traseira consegue boas imagens em condições favoráveis de iluminação, mas tropeça em baixa luminosidade. A frontal faz selfies bem básicas.

A LG adicionou uma série de recursos de software à câmera que até são interessantes, mas pouco úteis. Uma série de filtros estilo Instagram podem ser aplicados às imagens na hora da captura. O resultado é bacana, mas difícil imaginar muitas situações em que isso seja realmente usado.

Ela também tira fotos panorâmicas e tem um modo de fotos quadradas, que permite colocar uma fotografia acima da outra instantaneamente, ou sobrepor uma imagem à outra, além de criar colagens com diversas imagens. São recursos bacanas para fotos em redes sociais e bem fáceis de usar.

Não há um modo manual com ajustes profissionais de configurações de imagem – para isso, o usuário vai precisar recorrer a outro aplicativo.

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Conclusão

O LG Q6+ não é um smartphone ruim, mas ele falha em impressionar. Os deslizes no desempenho, a câmera decepcionante, o preço de R$ 1.600 e o recurso de reconhecimento facial que não funciona como deveria prejudicam um aparelho que tem algumas ótimas características, como a tela, o tamanho compacto, a alta capacidade de armazenamento interno e a bateria de boa duração.

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Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital