*De Talin, na Estônia
Na tecnológica Estônia, só há três situações em que o comparecimento a um órgão público é necessário: para se casar, para se divorciar e para vender um imóvel. O motivo? Essas são ocasiões em que é preciso ter certeza de que o indivíduo realmente quer tomar aquela decisão — por isso, sua presença física é essencial.
O governo do país definiu que o acesso à internet é um direito social. Assim como água e luz são fundamentais para a vida moderna, a internet também o é. Ter um pacote de dados com acesso ilimitado não custa mais do que 10 € e, em locais públicos, como supermercados, restaurantes e cafés, qualquer visitante pode desfrutar de wi-fi rápido sem ter de pedir a senha ou consumir algo.
Desde 2005, o país tem eleições online. O sistema, chamado de i-Voting, pode ser usado de qualquer parte do mundo — basta ter um ID estoniano válido. O processo de votação é realizado antes da eleição em si, no período pré-eleitoral. Nesse intervalo de tempo, o eleitor pode mudar o voto quantas vezes quiser.
A ideia é garantir que ele, de fato, escolha o candidato de sua preferência, sem interferência externa — e que, se houver alguma intervenção, ele possa refazer o voto. Todas as soluções digitais adotadas no país buscam economizar dinheiro e tempo. Somente na eleição mais recente do país, o tempo acumulado economizado foram 11 mil dias úteis.
Estar fora do país e, ainda assim, poder exercer seu direito de voto é um dos pilares dessa proposta. Mesmo assim, quem preferir ir a uma das 444 estações eleitorais, pode fazê-lo das 9 da manhã às 8 da noite no dia da eleição se estiver na Estônia. Nesse caso, ele deve ir ao distrito eleitoral a que sua casa pertence.
A viagem do Olhar Digital pela Estônia continua na próxima semana. Você vai saber sobre um dos programas de maior sucesso no país, o e-residency. Ele permite que indivíduos de qualquer nacionalidade se tornem cidadãos digitais estonianos. E muitos brasileiros já fazem parte dessa comunidade!