A Johnson & Johnson está prestes a iniciar os testes da fase 3 de sua candidata a vacina contra a covid-19. A empresa pretende recrutar 60 mil voluntários a partir de setembro em diferentes partes do mundo. Aqui, serão 7 mil participantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.

No fim de julho, o resultado da fase pré-clínica com macacos rhesus foi publicado na revista Nature. Os animais foram submetidos a uma única dose do composto e, depois, expostos diretamente ao vírus. A vacina foi capaz de proteger de forma “quase completa” as 52 cobaias.

A fórmula usa a tecnologia de vetor viral. Assim, um adenovírus inofensivo para seres humanos é geneticamente alterado para manifestar a proteína “spike” que o novo coronavírus usa para atacar as células. A ideia é dar ao corpo a possibilidade de criar a resposta contra a proteína antes de uma infecção pelo vírus real. A mesma técnica é usada nos compostos desenvolvidos pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica chinesa CanSino.

Em relação às outras candidatas a vacina em teste atualmente, a Johnson & Johnson tem uma vantagem: o efeito imunizante foi alcançado com apenas uma dose. Isso pode fazer muita diferença na logística de distribuição da substância: reduziria a produção, as dificuldades de transporte e o uso de equipamentos descartáveis.