Fênix Negra é o mais novo filme da franquia dos X-Men e estreia hoje nos cinemas brasileiros. E ele promete agradar em cheio aos fãs destes personagens da Marvel. E claro, para mostrar todos os poderes dos heróis do filme, como Magneto, Cyclope, Tempestade e a própria Fênix Negra, os efeitos especiais são uma parte fundamental da história. E para saber como esses efeitos foram desenvolvidos, o Olhar Digital foi até os estúdios da Fox, em Los Angeles, e conversou com Phil Brennan, supervisor sênior de efeitos especiais de X-Men – Fênix Negra. Confira como foi o papo!

O exército envolvido na produção dos efeitos 

PHIL – Na medida em que nos preocupamos com a tecnologia, utilizamos empresas de efeitos especiais do mundo inteiro. Logo, precisamos de centenas de pessoas para conseguir fazer todos eles. Essas empresas têm muitos computadores renderizando os efeitos em milhares e milhares de CPUs. Elas usam uma combinação de softwares como o Maya e outras empresas têm seus próprios softwares, que usam configurações específicas, customizadas.

As inovações trazidas em Fênix Negra 

PHIL – Todos os filmes são diferentes e cada um tem recursos e é óbvio que quanto mais o tempo passa mais a tecnologia avança. Nesse filme nós tivemos algumas cenas com muitas complicações com a iluminação e precisamos investir em equipamentos caros. Nós queríamos fazer parecer o mais real possível, então compramos alguns painéis de LED, que foram usados para construir a luz em todo o ambiente. Então, antes de filmar, entendemos o que iria acontecer em cada cena e criamos modelos de baixa resolução do que desejávamos projetar nesses painéis e assim iluminar os atores, e no final tudo ficou mais detalhado.

Além disso, hoje, podemos controlar tudo por programas de computador e por controles remotos. Antes precisávamos de um robô para segurar ou ficar apertando botões rápido para dar algum efeito de pessoas voando pelo set e penduradas por aí. Em Fênix Negra vemos a Jean Grey e o Magneto voando do lado de fora de um helicóptero militar, e esse pode ser um exemplo do trabalho conjunto de efeitos visuais e especiais, que fez o movimento todo só usando uma plataforma, que ficou se movimentando e criou um efeito muito real. Esse foi um trabalho controlado pelos computadores da equipe de efeitos especiais e aí, na pós-produção, nós colocamos os detalhes do helicóptero e as explosões.

 

Os desafios da produção 

PHIL – O maior desafio aqui foi atender ao que o diretor queria. Ele queria dar ao público toda a impressão dos grandes efeitos especiais que eles estavam esperando, mas também usá-los como base para um pouco mais de drama. Como as pessoas estão acostumadas com os efeitos especiais, nossa tendência é fazer as maiores explosões que conseguirmos. Mas, se não formos cuidadosos, comprometeremos a atuação dos atores, então todo o desafio foi ser mais sutil. Assim, estávamos autorizados a explorar os efeitos visuais para contar a história, mas de uma forma que ainda continuasse interessante visualmente, sem comprometer a atuação. Por exemplo, você pode ver que a Jean Grey tem rachaduras no rosto, os efeitos nos olhos e no cabelo. Fizemos com que esses efeitos especiais enriquecessem a performance dela, mas sem ir tão longe, para não estragar o filme.

As cenas favoritas

PHIL: Há a cena do início do filme, no espaço, que foi muito divertida de se trabalhar.

Mas toda a cena de luta no trem foi incrível de se fazer.  Aquilo foi muito divertido e a sequência que acontece um pouco depois dessa cena também foi muito legal, quando nós realmente conseguimos nos soltar e soltar os efeitos visuais, o que é sempre divertido.

A polêmica do trailer de Sonic: O Filme 

PHIL: É um problema difícil, é algo que, em tempos de redes sociais acontece muito mais. Milhões de pessoas conseguem dar voz às suas opiniões muito facilmente. E, lógico, nós queremos deixar os fãs felizes, mas nós também queremos fazer o que nós achamos que seja o melhor para o filme.  Então sabemos nunca vamos deixar todo mundo feliz, mas vamos sempre fazer nosso melhor. Nós temos um bom conhecimento sobre o universo que estamos filmando e esperamos conseguir acertar a maioria das coisas, mas nós também escutamos o público, sabe?

O futuro dos efeitos especiais 

PHIL: O próximo grande passo (risos)… Eu acho que ainda existem muitas áreas que são muito difíceis de aprimorar. Eu acho que efeitos como os que vimos no live action de Mogli e, provavelmente, no próximo filme do Rei Leão, com os animais ficando mais e mais convincentes, estão ficando muito, muito bons. E os efeitos físicos, como fogo e água, também estão conseguindo ser cada vez mais convincentes nesses dias.

PHIL: Mas uma área em que ainda encontramos muitos acertos e erros está nos CGIs de humanos. E, obviamente, em filmes como os do X-Men nós temos muitos humanos feitos em CGI e nós ainda temos dificuldade em desenvolvê-los, principalmente quando precisamos ter humanos 100% produzidos com essa tecnologia. Eu espero que essa seja uma área que nós não façamos só por fazer, eu acho que, nesse tipo de coisa, precisamos ter uma real necessidade, ter certeza de que ele servirá ao filme. Essa é, provavelmente, uma das áreas que ainda exige muito trabalho, mas vai ficando melhor com o tempo.