O cenário está crescendo. Ainda um pouco distante da realidade asiática ou norte-americana, o mundo dos e-Sports (não ouse confundir com jogar videogame) vive um momento especial no Brasil. A última notícia que mexeu com os esportes eletrônicos foi o anúncio de que o ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno e o campeão mundial de poker, André Akkari, investiram no segmento e compraram parte de uma equipe profissional; a CNB e-Sports Club.

Ainda hoje, a maior dificuldade que o esporte eletrônico enfrenta para deslanchar de vez no país é a credibilidade. A maioria ainda confunde os atletas com meros jogadores de videogame, infelizmente. Mas números a favor, o e-Sports já tem muitos. E agora a entrada de dois figurões nesse mundo serve como uma espécie de carimbo ou certificado de que o negócio é mesmo sério… e movimenta bastante dinheiro.

O que era predominantemente amador está se tornando cada vez mais profissional. Atualmente, oito times brasileiros disputam o campeonato nacional e têm estrutura similar a esta: um centro de treinamento completo, com toda comodidade possível para que o foco seja um só, treinar!

A cada ano que passa, o e-Sport no Brasil deixa menos a desejar. Tudo bem, ainda não é assim grandioso e espetaculoso como na Coréia do Sul, por exemplo. Mas nos últimos três anos, as finais do campeonato brasileiro foram disputadas em grandes arenas do esporte tradicional: no Alianz Parque, o estádio do Palmeiras, em São Paulo; no Ginásio do Ibirapuera, também na capital paulista; e no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Todos com superlotação e muita festa nas arquibancadas.

Festa mesmo! Diferente de outros esportes – como o futebol – onde cenas lamentáveis de violência muitas vezes marcam as torcidas, o público do esporte eletrônico também torce muito, grita, vibra, se organiza, leva bandeiras e usa uniforme do time. Mas tudo em muita paz.

O momento é tão especial que, recentemente, um dos principais canais de esportes da TV por assinatura passou a transmitir partidas de e-Sports no Brasil. O legal é que por estar na TV, o cenário começa a ser conhecido por quem nunca ouviu falar de e-Sports.

Além dos prêmios em campeonatos, as principais fontes de renda dos times brasileiros de esportes eletrônicos são os patrocinadores e a venda de uniformes. O legal é que todo esse crédito de credibilidade com a TV transmitindo os jogos e a chegada do Ronaldo e do Akkari ao cenário prometem abrir os olhos de mais gente e mais dinheiro para o e-Sports. Quem vive disso, comemora mais do que uma vitória em final de campeonato.