Um divisor de águas do cinema brasileiro. “Malasartes e o Duelo Com a Morte”, que estreia este mês nas principais salas de cinema do país, é o longa metragem com mais efeitos especiais da história do cinema nacional – em um orçamento de nove milhões e meio de reais, dois milhões foram investidos só em efeitos especiais; 40% de toda a aventura foram gerados por computação gráfica. Para criar o universo fantasioso do filme, uma equipe de 100 artistas se dedicou à pós-produção e efeitos especiais durante dois anos.
Acostumado com as populares comédias, um formato que sempre deu certo por aqui, o cinema brasileiro nunca arriscou ou investiu tanto em efeitos especiais. E os motivos são diversos: de mão de obra especializada a equipamentos – mas, principalmente, dinheiro.
Em 120 anos de história, muita coisa mudou no cinema – principalmente em termos de tecnologia. Os efeitos especiais, mais especificamente, evoluíram bastante nos últimos 25 anos permitindo que os cineastas pudessem sonhar cada vez mais alto. Nesta produção, o mundo encantado foi todo construído em 3D no computador.
Outra novidade que chama a atenção em “Malasartes e o Duelo Com a Morte” são os dublês digitais. Depois de escaneado, o modelo 3D do ator é esculpido digitalmente para que ele seja criado através da computação gráfica. Um trabalho artesanal que tudo que a equipe de efeitos especiais espera é que o espectador não perceba que aquele ator é de mentira. Os dublês são tão detalhados que até cílios foram colocados nos bonecos digitais. E para animá-los, o pessoal estuda minuciosamente os movimentos do corpo humano.
O mais legal é que esse banho de tecnologia promete abrir os olhos de outros diretores e cineastas para mostrar que, apesar de toda dificuldade, é possível sonhar alto também no cinema nacional…