Estúdios, equipamentos e câmeras. Falando assim, até parece uma emissora de TV, mas na verdade, aqui, é uma faculdade especializada em ensino à distância. Essa forma de estudar mudou o cenário da educação no Brasil e as salas de aula não são mais como eram antigamente. Segundo o censo da Educação Superior, realizado em 2017 pelo INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, o EAD já representa um terço de todas as aulas que acontecem no país e a tendência é só aumentar. É possível que até 2023, as aulas online passem as presenciais.
Essa faculdade possui 14 estúdios e tem sedes espalhadas por todo os estados brasileiros. Em média, são gravados 155 horas de aula ao vivo por dia. Para se ter uma ideia, o número de views por aula gira em torno de 15 mil. Os “apresentadores” por aqui, são os bons e conhecidos professores. Claro que são eles que conduzem os vídeos controlando o tempo e os conteúdos, mas algo novo surge na forma de aula. Agora o docente fala para aquela lente bem ali. Será que isso atrapalha a interação entre professor e aluno? É obvio que todas essas novidades trazem uma certa resistência. Muitos profissionais temem que a tecnologia substitua a mão de obra.
Em dezembro do ano passado, a Capes, vinculada ao MEC, publicou uma portaria autorizando as instituições de ensino superior a oferecer também cursos de mestrado no formato EAD. Com a decisão, esse mercado tende a crescer ainda mais. Hoje, o perfil do aluno que procura fazer o ensino à distância, em sua maioria, são mulheres que buscam cursos voltados à licenciatura. Já as faculdades privadas são as que mais oferecem esse tipo de curso.
Para a Sophia, aprender de forma virtual funciona. Ela é formada em direito e sempre utilizou do EAD para estudar. Hoje, ela trabalha em período comercial e, à noite, se dedica aos estudos para prestar concursos públicos na área. A advogada gosta de vir para a faculdade e assistir as aulas ao vivo no computador, já que em casa ela não consegue se concentrar.
Redes sociais, vídeos de Youtube e provas virtuais já estão sendo utilizadas na educação e são ferramentas úteis no dia a dia escolar. Elas já são realidade para os estudantes que vivem conectados. Até o Exame Nacional do Ensino Médio entrou nessa onda de mudanças tecnológicas. Nesse ano, o Ministério da Educação anunciou que a partir de 2020 pretende começar a implementar o ENEM digitalmente. Com isso, 50 mil candidatos distribuídos em 15 capitais do país devem participar de um teste piloto já no ano que vem. O plano é de que até 2026 não exista mais a prova impressa e que todos façam uma versão digital.
A educação se adapta ao futuro e a tecnologia se adapta à educação. Em tempos de grandes mudanças, a essência da aprendizagem deve ser mantida. Passar informações e experiências, seja de forma virtual ou presencial, é o melhor caminho para uma boa convivência entre a modernidade e o sistema de ensino.