Fazia tempo que a gente não comparava navegadores. A maioria das pessoas tem o seu preferido, mas experimentar uma nova opção é tão fácil, que talvez você possa se surpreender. Ou ainda confirmar sua decisão! No Laboratório Digital deste mês, avaliamos seis opções. Para escolher navegador, o quesito gosto e tipo de uso conta bastante. Mas a gente avaliou e traz detalhes das últimas versões do Google Chrome; Microsoft Edge; Mozilla Firefox; Opera; Vivaldi; e do Safari, da Apple.
Todos os navegadores são gratuitos; os softwares de instalação estão disponíveis em suas páginas oficiais; no final a gente deixa o link direto de todos eles. O Edge, da Microsoft, que substituiu o Internet Explorer no Windows 10, vem instalado de fábrica no novo sistema operacional. Nos computadores da Apple, o Safari também já vem embarcado – aliás, o browser é exclusivo para produtos Apple. Com exceção do Vivaldi, todos trazem uma versão para dispositivos móveis. Fora o Edge e o Safari, os outros quatro estão disponíveis para todos os sistemas operacionais: Windows, MacOS e Linux – inclusive com opções de download para sistemas operacionais de 32 ou 64 bit. Baixar e começar a usar é um passo bastante rápido e simples.
O lançamento do Chrome, em 2008, mudou definitivamente a cara dos navegadores. Todos buscam um design cada vez mais limpo e minimalista – a ideia é ser uma ferramenta quase invisível para que o usuário possa aproveitar ao máximo o conteúdo que acessa online. Ou seja, aparentemente, eles são todos bem parecidos. Em sua página inicial, os navegadores trazem ícones ou pre-visualizações das últimas páginas visitadas, mas cada um tem suas peculiaridades.
Cada navegador tem sua própria loja de aplicativos. O Chrome é o que oferece mais opções, começando pelas ferramentas do próprio Google que já vêm pré-instaladas no browser: Gmail, YouTube, Google Drive, Google Photos e outros. Firefox e Opera também têm seus marketplaces com ofertas de aplicativos, temas e extensões. No Vivaldi, o maior diferencial fica por conta das inúmeras opções de personalização do navegador – sem dúvida, o mais customizável dos seis testados aqui hoje. O Vivaldi tem outros detalhes interessantes: na barra de endereço, no canto direito é possível ver o tamanho da página que está sendo carregada e até o número de itens que faltam ser exibidos. Na parte de baixo, este botão permite capturar uma imagem da tela com apenas um clique.
No Opera, outros destaques chamaram nossa atenção: um botão de economia de bateria, que promete dobrar a eficiência energética do computador e, do lado esquerdo, links de acesso rápido para abrir a versão web do Whatsapp e do Messenger, do Facebook.
O Safari usa a mesma App Store do sistema operacional Mac OS; o que agrada muito no navegador é o modo de leitura, que exibe apenas o texto limpo de uma página, excluindo fotos, gráficos e publicidade – esta função também está disponível no Vivaldi e no Microsoft Edge. No navegador nativo do Windows, o interessante é que além de simplificar o layout para uma leitura mais agradável, é possível também escrever, desenhar e fazer anotações diretamente nas páginas e depois salvar tudo o que foi feito.
Chrome e Firefox ainda tem uma função muito interessante para o modo como a gente usa internet hoje em dia. Depois de criar uma conta e estar logado no navegador, é possível sincronizar preferências como bookmarks e até abas abertas em diferentes dispositivos – inclusive no smartphone. Assim fica fácil continuar sua navegação mesmo que você troque de aparelho…
A principal comparação dos navegadores é em relação à performance. O desempenho do browser determina a experiência do usuário frente à telinha. Realmente, como usuários comuns, dificilmente alguém vai notar grandes diferenças entre os navegadores; principalmente se você usá-los todos em um mesmo computador. Assim, a única forma de fazer uma comparação justa e minuciosa é através dos tradicionais benchmarks; testes completos criados para avaliar a performance do browser sob diversos aspectos.
Existem muitos benchmarks disponíveis online. Inclusive, se você quiser, é possível testar a performance dos navegadores no seu próprio computador. A gente escolheu os testes mais completos para avaliar cada um dos browsers. Para testar o Chrome, Edge, Firefox, Opera e Vivaldi, a gente usou um notebook Dell rodando Windows 10 com processador i7 de última geração e 8 gigabytes de memória RAM. Cada teste foi realizado individualmente, sem qualquer outro programa ou aba do navegador abertos. O único navegador testado em outro computador, por motivos de compatibilidade, foi o Safari – neste caso, usamos um Macbook Air com processador Core i5 e 8 giga de RAM.
A primeira avaliação foi feita através do Peacekeeper ((lê-se “piz-kíper”)), uma das ferramentas mais confiáveis de mercado. O serviço realiza uma série de testes simulando inclusive o acesso a redes sociais e vídeos em alta definição; tudo para avaliar a velocidade do navegador. Nesta comparação, quem se saiu melhor foi o Safari, com 4641 pontos; em segundo lugar, o Firefox atingiu 3376 pontos; o Chrome ficou bem perto, com 3067; o Opera marcou 2694 pontos; o Vivaldi um pouco menos, 2340 e, em último lugar, o Edge marcou 2072 pontos.
O segundo benchmark foi o Basemark 3.0, um serviço independente que realiza 20 testes para avaliar as habilidades do navegador. Assim como o Peacekeeper, a aplicação faz testes como renderização de páginas, desempenho em HTML5, execução de vídeo em alta definição, processamento de jogos, entre outros. O Safari mais uma vez ficou bem à frente dos seus rivais e anotou 355 pontos; o Opera veio em segundo, com 191 pontos; em terceiro, o Firefox marcou 184 pontos; Chrome e Vivaldi ficaram bastante perto, com 181 e 179 pontos respectivamente; novamente, com pior desempenho, o Edge anotou 125 pontos.
A terceira rodada de testes ficou por conta do Speedometer; uma solução que mede a capacidade de resposta das aplicações da web. A ferramenta usa aplicativos de demonstração para simular ações do usuário, como adicionar itens para fazer em uma lista. Nesta comparação, o Safari saiu na frente mais uma vez com 98.7 interações por minuto; surpreendendo, na segunda colocação, o Vivaldi chegou a 76.4 interações por minuto; o Chrome, em terceiro, atingiu 69.6; o Opera alcançou 55.5; Firefox, 44.5 e, na lanterna, o mais lerdo foi o Edge com apenas 33.7 interações por minuto.
Por último, o resultado do teste JetStream é focado nas aplicações online mais avançadas. Em primeiro lugar ficou , em primeiro lugar ficou o Safari, 167 pontos; o Vivaldi surpreendeu mais uma vez e ficou em segundo, com 148 pontos; olha só, desta vez o Edge não decepcionou, marcou 123 pontos e garantiu o terceiro lugar; o Firefox alcançou 110 pontos; o Chrome 98 e, em último, o Opera com 91 pontos.
No quesito privacidade, o Chrome – por ser do Google – é o mais suspeito de coletar informação de navegação dos seus usuários. Mas nada garante que os outros navegadores não façam a mesma coisa. Com atualizações disponibilizadas constantemente, os browsers estão cada vez mais seguros.
Se o Chrome é o “xereta” da turma, por outro lado é o algoritmo do Google que alerta toda vez que o usuário entra em contato com uma página potencialmente nociva ou tenta baixar alguma coisa suspeita. Mais do que isso, o Chrome também tem disponível uma série de extensões de criptografia que podem ser usadas para aumentar a segurança e privacidade do navegador.
Para detectar sites potencialmente perigosos, Safari, Vivaldi, Opera e Firefox também dependem da API de navegação segura do Google. Os navegadores ainda oferecem uma opção de sessão privada. Com esta função, é possível impedir o armazenamento de histórico, arquivos temporários e cookies na sua máquina.
Decisão difícil: dizer qual navegador é melhor. Mesmo porque depois de ver todas as estatísticas, benchmarks e testes de velocidade, o melhor navegador será sempre o que funciona pra você e que você gosta! Muita gente não cogita mudar de browser ou sequer experimentar outro. Mas para quem ainda não está certo ou aberto a novas experiências, de repente, vale a pena tentar o diferente.
Apesar de ser um navegador limpo e rápido, o Edge, navegador nativo do Windows, amargou a última posição deste laboratório. É verdade, a Microsoft deu um salto gigantesco ao substituir o Internet Explorer, mas ainda assim, o negócio deles certamente não é navegador. São poucas as opções de extensões disponíveis para o Edge. Além disso, o browser é o que menos permite personalização do usuário. O navegador da Microsoft ficou em último lugar em três dos quatro benchmarks realizados. Mais do que isso, se por acaso você quiser sincronizar sua atividade com um dispositivo Android ou iOS, vai precisar procurar soluções de terceiros já que o Edge nativamente, não oferece essa possibilidade.
Um nível acima ficou o Opera; um navegador leve e rápido. Ele foi intermediários nos benchmarks que fizemos. Além da barra de pesquisa híbrida, que combina endereço e pesquisa, enquanto os outros precisam de extensões para oferecer certas funcionalidades, o Opera possui alguns recursos bem legais já incorporados no navegador. Alguns exemplos são uma área para salvar páginas para ler mais tarde – sem a necessidade de qualquer conta extra ou login – botões exclusivos para o Whatsapp e Messenger, do Facebook; e até uma função de economia de bateria.
Em terceiro lugar, a chance a um novato: o Vivaldi. É o navegador que mais permite personalização do usuário. Logo que você abre o browser pela primeira vez, um processo de configuração bem legal monta o navegador da forma que faz mais sentido para você. Dá para escolher onde ficarão as abas e a barra de endereço, cores, guias…tudo do seu jeito. Nos benchmarks, o Vivaldi também teve resultados satisfatórios. A maior limitação do Vivaldi é que ele só está disponível para desktop, por enquanto. Não é o navegador mais rápido nem o mais completo, mas é o que oferece uma experiência única e diferente ao usuário.
O Firefox conquistou o segundo lugar deste Laboratório. Um navegador rápido e confiável que se mantém atual com suas constantes atualizações. São muitas as opções de extensões e personalização do navegador. Nos testes de benchmark, o Firefox se saiu bem em todos com ótimos resultados. Sinceramente, a única coisa que ainda não dá para entender no Firefox é a barra de endereço separada das buscas. Apesar de todas as qualidades, o browser da Mozilla ainda não é páreo para seu maior rival: o Chrome!
Antes de anunciarmos o grande vencedor desta edição, você deve estar se perguntando: e o Safari? O navegador nativo da Apple surpreendeu e venceu, de longe, todos os benchmarks feitos. A diferença é que ele é um browser exclusiva para usuários de Mac. É um navegador super rápido, responsivo e seguro. As opções de compartilhamento são completas e, usando sua conta iCloud, é possível mudar de um dispositivo para outro – claro, desde que os dois sejam Apple – numa boa. Aliás, pela integração completa, além da excelente performance, o Safari é, sem dúvida, a melhor opção para quem usa um Mac. Entre as outras opções, ele certamente é o primeiro!
E o grande campeão, que mantém seu trono no mundo dos browsers, é o Google Chrome. É o navegador que se saiu bem em todos os benchmarks. As opções de extensões são inúmeras e a integração completa com os serviços do Google são grandes diferenciais. Assim como o Safari para aparelhos Apple, o Chrome oferece a melhor experiência de integração com dispositivos móveis – é muito fácil manter todos seus dados em sincronia. O Chrome é rápido e super leve; os controles de segurança e privacidade são de fácil acesso. Ou seja, se você está em dúvida sobre qual navegador usar, aposte no Chrome!