Erra mesmo quem quer. Sim, qualquer um é passível de erros ortográficos e gramaticais; principalmente nós, brasileiros, com a complexa gramática da língua portuguesa. Mas, há bastante tempo, nos principais softwares processadores de textos, os corretores facilitam – e muito – nossa vida (e também a de quem nos lê). A função é tão presente no cotidiano de quem está acostumado a escrever que já nem damos assim tanta atenção a ela. Ao digitar uma palavra errada ou sentença com desvio gramatical uma linha vermelha surge para indicar o erro e, ao mesmo tempo, sugerir uma correção.
Você deve estar se perguntando: será que o Olhar Digital voltou ao passado? Isso é tão antigo! Mais precisamente de 1993, quando um grupo de brasileiros do interior de São Paulo criou o tão popular corretor do Word, o aplicativo da Microsoft para produção de textos. Muita gente usa, mas poucos sabem que a solução foi desenvolvida no interior de São Paulo, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da Universidade de São Paulo, em São Carlos.
Desde a criação do primeiro revisor e corretor automático para o português, muitas novas regras foram acrescentadas e adaptações foram feitas – como, por exemplo, as novas regras do português. Ainda assim, pouquíssimo investimento foi feito em novas técnicas de fazer essa análise sintática e ortográfica usando tecnologias mais modernas. Hoje, aplicando uma camada de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquinas, alguns países já experimentam revisores muito mais eficientes que combinam os métodos estatísticos com o aprendizado de máquinas.
O Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação ainda é um dos maiores centros de geração de tecnologia para o processamento automático do nosso idioma. Além do corretor do Word, desenvolveu também soluções de tradução automática, produção autônoma de resumos de textos e até identificação de notícias falsas. Aliás, quem usa sistemas de tradução automática deve ter percebido o avanço das ferramentas nos últimos anos – as ferramentas se tornaram muito mais precisas a partir do momento que a Inteligência Artificial começou a ser implementadas nessas soluções.
Com Inteligência Artificial, similar à usada nas traduções, já é possível, por exemplo, que bots escrevam textos jornalísticos ou criem até peças mais artísticas. Textos mais simples, então, como previsão do tempo ou até análise de vinhos, ficaram simples de serem produzidos inteiramente por máquinas…
Se você já não escreve mais tanto no computador, saiba que o próprio teclado do seu smartphone carrega muitas dessas tecnologias embarcadas; desde a correção automática de texto, passando pela tradução e, indo um pouco além, chegando nos textos “preditivos”, que usam Inteligência Artificial para prever a próxima palavra que você possivelmente queira digitar. O teclado aprende com sua maneira de escrever e também os termos mais usados para oferecer sugestões que façam cada vez mais sentido e deixem a comunicação via mensagens de textos mais rápida e prática. Ainda não reparou? Um pouquinho de atenção ao digitar e você vai se surpreender…