A direção autônoma é inevitável. Já disponível em algumas localidades, os veículos equipados com ela causam admiração – e, às vezes, espanto – por onde passam. É possível vê-los circulando, por exemplo, em Mountain View, na Califórnia, em testes feitos pelo Google com automóveis de passeio, e em Talin, a capital da Estônia, que já testa um micro-ônibus sem motorista.

Para categorizar esses carros, a Sociedade dos Engenheiros Automotivos, a SAE, estabeleceu seis níveis distintos de automação de veículos: eles vão de 0 a 5 e descrevem o quão independente é um sistema. O Olhar Digital explica melhor:

O nível SAE 0 representa os carros sem automação. São, então, a maioria dos veículos que podem ser vistos nas ruas – pelo menos aqui no brasil. Nesses automóveis, tudo depende de um ser humano: a aceleração, a direção e o monitoramento do ambiente, incluindo as respostas a situações de risco.

Quando o carro é classificado como SAE 1, significa que seu sistema é capaz de oferecer algum tipo de assistência ao motorista. Pode ser, por exemplo, a manutenção da aceleração ou a existência de modos de condução distintos para situações específicas.

Veículos de nível SAE 2, por sua vez, têm automação parcial. Ela é feita por radares e sensores que mapeiam os objetos no entorno do veículo e os monitoram passivamente, sem reagir a eles. Esses modelos já são relativamente populares no mercado e fazem algumas funções por conta própria, como acelerar e frear de acordo com o limite estipulado. Podem, ainda, direcionar ou ajudar o motorista a manter a direção, mas, em situações de risco, é necessário que um humano assuma o controle.

No nível SAE 3 estão os modelos com automação condicional. Eles podem se movimentar por conta própria, tanto na aceleração e na direção quanto no monitoramento ativo do ambiente. O motorista, nesse caso, pode se concentrar em outras atividades, mas deve assumir o controle em situações de risco.

Um dos carros mais emblemáticos dessa categoria é o Autopilot da Tesla, que já frequenta as ruas americanas. O veículo é equipado com sensores especializados, como scanners a laser, sensores ultrassônicos e sistemas de radar. Graças a essa característica, consegue monitorar e reproduzir o ambiente ao seu redor para tomar decisões mais complexas.

O nível SAE 4 compreende os automóveis que permitem até que o motorista durma ao longo do trajeto. Isso porque praticamente todas as atividades são feitas por seu sistema autônomo – e isso inclui as habilidades reativas em situações de risco mesmo que um humano não possa assumir o comando.

Os sensores e as câmeras desses veículos são capazes de fornecer dados muito mais precisos. O sistema conta, ainda, com informações vindas dos serviços de navegação – o que permite definir rotas e manobras de condução. Para que tudo funcione, o carro precisa ter conectividade constante para se comunicar com outros veículos e com a infraestrutura. É necessária, então, uma rede de internet das coisas bem estabelecida.

Quando um automóvel está na categoria SAE 5, sua automação é completa: ou seja, tudo é feito por seu sistema autônomo. Nesse caso, não há necessidade de intervenção humana – e há até sistemas que impedem que alguém atue. O motorista se torna, então, apenas um passageiro e pode dedicar todo o tempo que passa no carro a outras atividades. Para que essa opção esteja disponível, tanto os sensores quanto a conectividade devem ser naturais no dia a dia.

A classificação é importante para determinar o que os veículos autônomos podem realmente fazer sem auxílio humano. Isso ajuda, ainda, a saber como as interações com eles vão funcionar quando eles dominarem o espaço urbano.

Há, ainda, desafios culturais. No Brasil, por exemplo, o maior deles requer que os sensores do veículo identifiquem as motos que trafegam em corredores entre os carros. É uma situação bastante específica do país.

Atualmente, em todo o mundo, inclusive no brasil, temos automóveis de nível SAE 2. Nos próximos dois anos, eles devem atingir o nível SAE 3. E é provável que, em cerca de cinco anos, já seja possível interagir de forma bastante orgânica com os carros autônomos.