A discussão é polêmica, divide opiniões e vira e mexe volta à tona – quase sempre relacionada a algum episódio marcante de violência. Desde os anos 90, os videogames são acusados de incitar o comportamento agressivo e até de incentivar massacres. Os games violentos voltaram a ser alvo de acusações depois da última tragédia nos Estados Unidos, quando um ex-aluno matou 17 pessoas em uma escola na Flórida. Um parlamentar norte-americano disse que não havia dúvida de que os games eram culpados pela tragédia. O presidente Trump também acusou os jogos (e até filmes). E chegou a dizer que se encontraria com os principais membros do mercado de games para ver o que eles poderiam fazer sobre o caso.
Ainda que alguns estudos apontem que o uso de games violentos pode influenciar o comportamento das pessoas, a maioria dos especialistas discorda da ideia; principalmente quando as acusações vêm dos Estados Unidos, onde a maioria dos cidadãos ainda defende a posse de armas. E, se a gente parar para pensar, realmente: é mais fácil discutir videogame do que qualquer política de acesso a armas de fogo.
Especialistas afirmam que traçar o perfil de pessoas agressivas ou que cometem atos de violência exacerbada é relativamente fácil. Segundo o professor, são pessoas com histórico de bullying, antecedentes de violência na família ou até problemas mentais.
Enquanto isso, videogames são jogados por todos os níveis sociais; seja de idade, cultural ou econômico nos quatro cantos do mundo. E não há nada que comprove que eles são um perigo para a formação da nossa personalidade. Claro, nem todos os títulos são apropriados para todas as idades – assim como filmes. Mas é impossível afirmar que uma criança que tenha contato com esses jogos violentos vá se transformar em uma máquina de matar no futuro. De qualquer forma, há quem defenda que o uso de games violentos por crianças pode, sim, influenciar o comportamento infantil; principalmente quando os pequenos não possuem uma boa base familiar ou vivem em um ambiente agressivo.
Por trás de toda essa discussão, a indústria dos games parece estar acostumada a ser alvo de críticas desse tipo. Curioso é que, os jogos violentos continuam fazendo sucesso em todo o mundo – não só nos Estados Unidos. Enquanto Trump não chama ninguém para conversar, as próprias produtoras continuam aproveitam a polêmica e até o controverso como estratégias de marketing que funcionam super bem…
Então, será mesmo então que os games violentos são o problema de uma sociedade agressiva? Ou é o fácil acesso às armas por qualquer cidadão americano? Aliás, por que será que esses casos de massacre em escolas é mais comum lá do que em qualquer lugar no mundo?!