[EXCLUSIVO] A vacina universal contra a gripe e outras epidemias

Roseli Andrion21/03/2020 00h51, atualizada em 21/03/2020 22h00

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Filho de pais americanos, Jake Glanville passou a infância e parte da adolescência em Santiago Atitlán, na Guatemala. Os pais ainda estão por lá, mas Jake hoje vive na Califórnia, nos Estados Unidos.

Ele chegou à terra natal dos pais em 1997 para cursar o último ano do ensino médio e ficou: estudou biologia molecular e celular, com ênfase em genética, genoma e desenvolvimento, na Universidade da Califórnia Berkeley, trabalhou na Pfizer e, depois que deixou a empresa, criou a startup Distributed Bio ao mesmo tempo em que fazia pós-graduação em imunologia assistida por computador em Stanford.

Nos dois primeiros anos de existência, a Distributed Bio era voltada apenas para análise computacional. Só que Jake queria desenvolver uma tecnologia que permitisse criar uma vacina universal.

Ele, então, contratou Sarah Ives. Para continuar o trabalho de desenvolvimento da tecnologia que permitisse criar uma fórmula da forma como ele havia imaginado, era preciso ter uma unidade de pesquisa. E para onde eles foram? Para a Guatemala.

As pesquisas evoluíram e a Distributed Bio conseguiu provar, na primeira fase de testes, que sua vacina universal contra a gripe, batizada de Centivax, funciona em porcos. Ainda faltam muitas etapas até que o medicamento seja liberado para testes clínicos em humanos, mas o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates mostra o quanto os avanços conseguidos são significativos.

Apesar de essa ser uma vacina especificamente para a gripe, em suas diferentes cepas, a tecnologia usada para criá-la pode ser replicada para outros vírus. E isso pode significar, de fato, o desenvolvimento de um medicamento universal.

Até agora, tudo correu conforme o esperado e isso faz a equipe da Distributed Bio ficar mais confiante nas próximas etapas. Eles acreditam que vão conseguir ter a vacina universal disponível para uso geral em 2025. E os planos para a Centivax são grandiosos: a ideia é oferecê-la a todos que precisarem dela.

Isso inclui os mercados que não podem pagar o preço integral do medicamento. Por isso, ter sido capaz de autofinanciar o desenvolvimento da fórmula é realmente muito importante para a startup.

Jake e Sarah são, acima de tudo, cientistas. E, justamente porque estão envolvidos no desenvolvimento de uma vacina universal, sabem da gravidade de uma pandemia. E a que estamos enfrentando atualmente é especialmente perigosa, já que o corpo humano não tem imunidade ao coronavírus porque não teve contato com ele antes.

Para os pesquisadores, os surtos devem se intensificar nas próximas semanas em países como o Brasil, onde a pandemia chegou há pouco tempo. Por isso, é essencial aprender com as experiências das localidades que já enfrentam a doença há algum tempo.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital