Vulnerabilidade do WhatsApp pode comprometer investigações da Lava Jato

Por conta dessa falha, alguns ataques contra membros do Ministério Público Federal foram registrados.
Luiz Nogueira17/05/2019 11h57, atualizada em 17/05/2019 12h20

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Hackers se aproveitaram de uma falha de segurança do WhatsApp para instalar um software capaz de realizar vigilância remota de aparelhos celulares. A confirmação do ataque veio diretamente do WhatsApp. Além das informações, a empresa orientou que o melhor a se fazer neste momento é atualizar os aplicativos o mais rápido possível.

Por conta dessa falha, alguns ataques contra membros do Ministério Público Federal foram registrados. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, instaurou um inquérito para investigar as tentativas deesta ofensiva. Os mais atingidos foram os procuradores que integram a Força Tarefa da operação Java Jato no Rio de Janeiro e no Paraná.

As tentativas de invasão foram detectadas nos últimos dias e, por suas características, eles teriam vindo de uma empresa privada israelense, que trabalha juntamente com alguns governos que utilizam programas de espionagem remoto. Diversos procedimentos investigativos específicos já estão em andamento nas unidades afetadas.

Para especialistas da área, esta falha no WhatsApp é muito grave, até porque sua criptografia ponta-a-ponta é considerada uma das mais seguras do mercado. Por isso, a Procuradoria-Geral da República determinou quais providências a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (STIC) deve adotar para diagnosticar esses ataques e resolver essas questões mais rapidamente.

Dentre as mudanças, a STIC está ampliando a segurança de aplicativos como WhatsApp e Telegram nos telefones institucionais. Nos celulares que receberam a tentativa de ataque, uma ligação do próprio número do aparelho foi recebida. Isso parece impossível, mas pode ser viabilizado por aplicativos específicos. A secretaria entrou em contato com a operadora responsável por esses telefones para que a segurança também fosse reforçada.

A secretaria ainda diz que os sequestros de contas podem ser feitos a partir dessa falha. A partir do recebimento de mensagens falsas, os usuários podem ter seus dados roubados e os contatos presentes no dispositivo acabam sendo as próximas vítimas.

A Procuradoria-Geral ainda enfatiza que os ataques são muito graves e podem comprometer o andamento de diversas investigações, como a própria Lava Jato. Por esse motivo, eles não estão medindo esforços para determinar sua origem e prevenir novos ataques.

VIA: Telesíntese

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital