Muito antes do Olhar Digital relatar as recentes falhas de segurança no portal de serviços da Vivo, o cliente João Silva (nome fictício) afirmou ter enfrentado um problema com a operadora no ano passado, após um invasor ter acessado os seus dados, trocar o chip da sua linha e obter um novo celular pelos pontos de fidelização acumulados.
O caso ocorreu em setembro de 2018. Após João perceber que seu celular se encontrava “sem serviço”, ele entrou em contato com a operadora, que mostrou um protocolo de uma loja parceira terceirizada. O documento mostrava uma troca do chip para outro aparelho, registrado em nome da própria vítima que, até então, nada sabia.
“Quando eu vi que estava sem serviço, corri na loja oficial da Vivo e eles me informaram que alguém esteve em uma loja terceirizada com um documento de identidade falso, que continha o número verdadeiro do meu RG, meu CPF, o nome de solteira da minha mãe e um nome inventado para o meu pai. A data de nascimento também foi alterada, constava 10 anos a menos, pois tratava-se de um menino se passando por mim”, afirmou.
A vítima contou que teve acesso à cópia do documento falsificado, o mesmo que foi apresentado e, por isso, pode identificar a pessoa que aplicou o golpe. Ela também afirmou que o indivíduo utilizou seus dados para resgatar um novo aparelho por meio dos pontos acumulados do programa de fidelidade. Após aplicar a ação criminosa, um contrato foi enviado ao sujeito por e-mail, que confirmou as informações. Para não levantar suspeitas da vítima, o sujeito retirou o endereço eletrônico cadastrado por João Silva.
“Na época a Vivo agiu de forma correta. Troquei meu plano de linhas e eles ressarciram os pontos acumulados. Saí de lá com a minha linha de novo mas sem a fidelização, e aproveitei e fui para uma delegacia registrar um B.O.”, disse. “Alguns dias depois, troquei e-mails com o site do consumidor e uma central de atendimento, e eu comecei a exigir alguns benefícios pela minha dor de cabeça, como um número de telefone ‘mais legal’”.
Apesar de o problema ter sido solucionado, João suspeita que, pelos dados serem específicos da operadora, o criminoso tenha se aproveitado da falha de segurança no canal “Meu Vivo” para obter as informações pessoais.