Um trecho das novas diretrizes de moderação do TikTok foi divulgado pelo Netzpolitik, um blog alemão. O documento mostra que moderadores não descartam conteúdo político e de protesto, mas são instruídos a impedir que esses vídeos se popularizem.
O TikTok é um aplicativo chinês muito popular que se tornou alvo de uma investigação de segurança nacional nos Estados Unidos. Os governantes temem que o app possa se tornar uma fonte de desinformação controlada por governos do exterior, e manifestaram preocupação com um relatório do The Guardian em setembro que alegou que a empresa censura vídeos políticos. A ByteDance, empresa controladora do aplicativo, insistia em dizer que as normas do relatório divulgado estavam desatualizadas e que as políticas haviam mudado. Esse pode ser o caso, mas as novas regras não são muito diferentes.
De acordo com um denunciante que falou com o portal alemão, o conteúdo controverso é dividido nas categorias “excluído”, “visível para si mesmo”, “não recomendado” e “não para feed”. Os vídeos nessas duas últimas categorias não serão selecionados pelo mecanismo de busca principal do TikTok, sendo que a última torna um vídeo ainda mais difícil de ser encontrado pela pesquisa.
Segundo as diretrizes, a maioria dos conteúdos políticos deve ser marcada como “não recomendada” durante os períodos eleitorais. Esse conteúdo inclui tudo, desde discursos partidários à faixas de partidos. Por sua vez, o conteúdo policial – incluindo filmagens dentro de uma delegacia ou prisão – está na categoria “não para feed”.
O documento ainda mostra algumas alterações feitas pela empresa. Anteriormente, conteúdos sobre tumultos e protestos (como referências ao Tibete, Taiwan, Irlanda do Norte e Praça da Paz Celestial) seriam marcados como “não recomendado”. Agora, essa categoria foi substituída por uma que cobre publicações que podem resultar em “danos no mundo real”. De acordo com as diretrizes, é pedido aos moderadores que marquem esses vídeos como “não para feed”.
Em resposta, o TikTok afirma que não modera o conteúdo considerando uma sensibilidade política e que suas decisões de moderação não são influenciadas por nenhum governo estrangeiro. O aplicativo também alegou que não remove postagens relacionadas a manifestações governamentais – o que não aborda a questão de impedir que usuários encontrem os vídeos.