‘Snapchat do Facebook’ tem falhas graves de segurança

Equipe de Criação Olhar Digital29/08/2016 12h19

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Há algumas semanas, o Facebook lançou o aplicativo Lifestage, (mais um) clone do Snapchat, que só podia ser usado por pessoas com até 21 anos de idade. No entanto, o app possui falhas de segurança que podem colocar em risco a privacidade dos jovens.

De acordo com o Business Insider, o aplicativo não exige qualquer comprovação de idade da parte do usuário. Como a conta do Lifestage não é vinculada ao Facebook, o usuário pode declarar a própria idade. Qualquer pessoa, portanto, pode dizer ter menos de 21 anos; em seguida, o aplicativo já oferece a opção para que ele escolha em qual colégio ele frequenta o ensino médio.

Esse fato levou a Common Sense Media, uma ONG que atua para fortalecer a segurança e privacidade de jovens na internet, a se pronunciar sobre o assunto. Nas palavras de Amy Shenkan, a presidente da associação, “os pais devem certamente prestar atenção”, já que “há alguns recursos preocupantes no aplicativo” que poderiam “dar aos jovens uma falsa sensação de segurança”.

Como não há garantia de que os usuários são de fato adolescentes, seria possível que adultos usassem o app para espionar a vida dos jovens. Um adulto que tivesse acesso às informações trocadas pelos jovens entre si poderia representar um perigo à intimidade e à segurança deles.

Resposta frouxa

Respondendo a essa situação, o Facebook disse que permite que os usuários do aplicativo reportem “atividade estranha” para que a rede social investigue. Além disso, a empresa também afirmou que associa as contas aos números de celular dos usuários como “um nível adicional de proteção”.

“Incentivamos qualquer pessoa usando o aplicativo que experimente ou presencie atividade estranha a reportá-la a nós por meio das opções contidas no aplicativos. Levamos a sério esses relatos. Diferentemente de outros locais na internet, o Lifestage é ligado ao número de celular dos usuários, e apenas uma conta é permitida por telefone”, disse o Facebook.

Segundo o The Next Web, no entanto, meramente oferecer a possibilidade de relatar atividade suspeita não é suficiente para impedir que atos ilegais aconteçam. Dados da instituição de prevenção a abuso sexual RAINN comprovam que quase metade dos crimes nos Estados Unidos não são relatados à polícia, por exemplo.