A Internet das Coisas já é realidade na maioria dos hospitais em todo o mundo, inclusive muitos brasileiros. A tendência de conectar tudo é cada vez maior: desde o prontuário eletrônico, com todas as informações dos pacientes, até os principais equipamentos de diagnósticos e exames laboratoriais.
O problema é que essa ânsia por interligar informações de diferentes fontes, na maior parte dos casos, tem deixado a questão da segurança digital em segundo plano. Na ocasião daqueles grandes ataques cibernéticos, muitos hospitais foram afetados. Mais recentemente, em uma situação parecida, diversos hospitais públicos do Brasil tiveram computadores e máquinas invadidos.
Com aparelhos conectados e vulneráveis, a vida dos cyber criminosos está relativamente fácil se o alvo forem hospitais. Existem dois tipos de ataques: aquele que visa o roubo de informações médicas e outro ainda mais perigoso que atinge a infraestrutura hospitalar; este segundo tipo de ataque – enquanto empresas podem perder bilhões de dólares – um hospital pode perder uma vida!
Os recentes ataques serviram como um grande sinal de alerta e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de as instituições hospitalares abrirem os olhos e rever suas políticas de segurança digital.
Mas são poucos os hospitais realmente preparados para se proteger de um novo ataque. Mesmo porque o problema é bastante complexo e não existe uma solução pronta e única para toda e qualquer instituição. De fora para dentro do hospital, o primeiro passo precisa ser dado pelos fabricantes de equipamentos de diagnóstico. É preciso elevar a preocupação com segurança. No Estados Unidos, por exemplo, o governo já faz uma série de exigências para empresas responsáveis por esse tipo de equipamento antes de eles começarem a ser usados conectados.
Do outro lado dessa história, já dentro do hospital, é preciso aliar medidas técnicas, como soluções de segurança e manter atualizados os sistemas de todos os equipamentos, com medidas comportamentais e educacionais para seus colaboradores.
Se a procura por seguros cibernéticos cresceu mais de 200% entre as empresas que têm medo de perder dinheiro ou mesmo prejudicar sua marca em caso de uma invasão, chegou a hora de os hospitais se mexer. Nos últimos 12 meses, 9 em cada 10 hospitais brasileiros sofreram algum tipo de ataque, por menor que ele tenha sido. Quanto antes essa realidade for revertida – e já existe tecnologia e inteligência suficiente para isso – menor a chance de uma família chorar no final.