Smart TVs da Samsung terão antivírus McAfee, mas isso não faz sentido

Iniciativa faz parte de uma duradoura parceria entre as empresas, mas a real utilidade do aplicativo de segurança é questionada
Redação01/03/2019 19h13, atualizada em 01/03/2019 20h30

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O relacionamento de longa data da Samsung com a McAfee está prestes a tomar um próximo passo. Em comunicado à imprensa, a gigante sul-coreana anunciou a extensão dessa parceria, a partir desse ano, para o novo S10 e também todas as suas Smart TVs.

A situação é curiosa e beira o exagero, porque existem poucos ecossistemas mais controlados do que o de uma Smart TV. Não há ninguém instalando apps de origem suspeita porque não é esse tipo de uso que as pessoas fazem. A maioria apenas usa Netflix e YouTube, que muitas vezes já estão pré-instalados e baixam um ou outro app da loja oficial.

A McAfee está obviamente pagando uma pilha de dinheiro à Samsung por isso, não seja ingênuo. Essa prática é bastante comum entre as fabricantes de PCs. Isso permite que a McAfee aumente sua presença – claro, focando em usuários menos experientes, que apenas não sabem o quão dispensáveis são estes aplicativos de antivírus no Android.

Sem controle, sem limites

Há uma razão interessante para a Samsung ser “a primeira companhia a pré-instalar segurança nos seus aparelhos”: você não precisa disso. O sistema das TVs Samsung é o Tizen OS, que é baseado em Linux, e tem uma base de usuários consideravelmente pequenas. Isso significa que não existem ameaças ativas para os televisores de empresa, e há pouco interesse em desenvolver malwares para a plataforma.

Existem casos registrados de TVs inteligentes Android sendo infectadas por ransomware, porém, quase sempre, a instalação de apps a partir de lojas ou sites não oficiais é a culpada.

O autor reforça, por fim, que não está sugerindo que essas televisões são mesmo remotamente “seguras”. Esses dispositivos permanentemente conectados transformam-se, cada vez mais, em alvos de hackers – e, historicamente, as fabricantes não trabalham com muita vontade para mantê-los a salvo.

Certos modelos ainda estão vulneráveis, por exemplo, a ataques man in the middle (que exigem que o hacker esteja conectado na mesma rede Wi-Fi). Mas isso não chega perto de ser algo que um antivírus vai prevenir.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital