Rússia derruba parte da internet no país para bloquear o Telegram

Renato Santino17/04/2018 18h05

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O Telegram está proibido de operar na Rússia desde a semana passada, mas isso não impediu o aplicativo de continuar funcionando. O governo local decidiu ser mais taxativo e, na empolgação, acabou derrubando boas partes da internet no país ao bloquear IPs relacionados ao Google e à Amazon.

Acontece que essas duas empresas fornecem alguns dos mais importantes serviços de armazenamento e computação em nuvem. Segundo o site russo Meduza, dois milhões de endereços de IP vinculados ao Amazon Web Services (conhecido pela sigla AWS) e o Google Cloud acabaram bloqueados. Por tabela, isso derrubou milhões de sites e serviços que dependiam dessas plataformas; segundo um site criado para monitorar esses bloqueios, o número já chega a 15 milhões.

A ordem de bloqueio ao Telegram veio após o aplicativo se recusar a oferecer às autoridades locais uma “porta dos fundos” no aplicativo que permita acesso ao conteúdo trocado pelos seus usuários. Após a decisão, o fundador do app Pavel Durov orientou seus usuários a não removerem ou reinstalarem o aplicativo, afirmando que o Telegram teria seus próprios meios de furar o bloqueio sem depender de nenhuma ação do público.

Diante dessa situação, o Telegram continua funcionando, sem que seus usuários precisassem apostar em “gambiarras” como o uso de VPNs para mascarar o acesso, como confirmou o Gizmodo. O site Bleeping Computer chegou a informar que o serviço havia sido movido para a nuvem, utilizando o Google Cloud e a AWS para isso, o que motivou a Rússia a banir IPs vinculados ao serviço, mas a ação até o momento se provou infrutífera. Enquanto isso, usuários no Twitter reclamam que não conseguem jogar seus games online por causa do bloqueio.

Não se sabe até onde a resistência do Telegram vai durar, mas as autoridades russas pretendem tomar medidas ainda mais rígidas contra o app. Google e Apple já foram alertados para remover o aplicativo de suas lojas, mas ainda não se manifestaram publicamente sobre a ordem.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital