“O que importa na vida não é
o que acontece com você mas o que
você lembra e como se lembra.”
Gabriel García Márquez (Escritor Colombiano, 1927 – 2014)
Pode o cérebro ser comparado a memória de um computador e acessado de alguma forma? Pesquisadores do Centro de Aprendizado e Memória da Universidade do Texas, publicaram na revista Neuron a descoberta de um mecanismo do cérebro que compacta as informações que usamos para recuperar memórias e planejar ações futuras codificando esses dados dentro de uma frequência de onda cerebral as quais foram chamadas de “gamma rhythms”.
Interessante é que o cérebro codifica informações sobre recuperar memórias do passado e planejar o futuro em gamma rhythms mais lentas, com comprimento de onda mais longo. Assim como um arquivo compactado em um computador que pode ser menos rico em informações ou qualidade, também é o arquivo comprimido do cérebro, não possuindo todos os detalhes experimentados quando o evento teria ocorrido. Estaríamos no caminho para desvendar como e onde o passado reside em nosso cérebro?
Memórias reescritas
Recentemente, usando equipamento de ressonância magnética funcional – fMRI, algoritmos de inteligência artificial e “recompensas”, Ben Seymour, neurocientista da Universidade de Cambridge conseguiu remover memórias traumáticas do cérebro de um grupo de pessoas. Bem vindo ao Brainware ou o momento da era digital em que nosso cérebro será uma unidade de armazenamento na nuvem. Você deseja apagar a mágoa do namoro desfeito: DELETE FROM MEMORY WHERE CODIGO = NAMORO.
Implantar um mês de férias em Salvador: INSERT INTO MEMORY VALUES (”SALVADOR”, ”BA”,07,2010), e assim por diante.
Hackeando seu passado
Mas o Brainware do futuro será também uma ameaça constante ao nosso passado. Hackers, aproveitando-se de nosso saudosismo, poderão sequestrar nossas memórias (memory ransomware), criptografando dias felizes e exigindo resgate para devolvê-los. Memória e esquecimento, o grande negócio da próxima era digital?
Bom lembrar: ROLLBACK SELECT * FROM MEMORY
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