Se o cibercrime fosse um país, seria a 23ª maior economia global, à frente de Áustria e Irã, por exemplo. Estima-se que, ao ano, os crimes vrituais movimentem US$ 450 bilhões, superando o faturamento de grandes companhias, como Microsoft e Exxon Mobil. Os dados, divulgados pela consultoria Hamilton Place Strategies, reforçam que esse tipo de atividade ilegal tem ganho uma importância crescente no cenário mundial, exigindo não só o cuidado redobrado dos cidadãos comuns, mas de empresas e governos.
O termo cibercrime surgiu na década de 90, durante uma reunião de um subgrupo do G-8, composto por sete países mais ricos do mundo mais a Rússia. Na ocasião, a discussão tinha como foco identificar maneiras para combater práticas ilícitas pela internet e crimes eletrônicos.
Desde então, o cibercrime cresceu de forma exponencial, merecendo um lugar de destaque entre as instituições globais. No Fórum Econômico Mundial deste ano, o tema ciberataque foi listado entre os cinco “riscos de maior impacto” global. Apesar de o assunto não ser relativamente novo e de ter caído uma posição em relação ao ano anterior, dificilmente sairá da pauta nos próximos anos.
Enquanto o cibecrime cresce em proporções superlativas, os investimentos em segurança também aumentam – nem sempre na proporção adequada. Mas as discussões de alto escalão sobre o assunto têm gerado maior conscientização, principalmente de empresas e governos. Mais do que isso, tem incentivado um cenário de cooperação entre toda a cadeia de valor e a criação de leis essenciais para combater a ‘indústria’ de ciberataques.
Talvez uma das grandes barreiras – e provavelmente a mais difícil de transpor – para super o cibercrime seja na educação das pessoas. Isso porque, o comportamento inadequado dos usuários representa hoje a principal causa de ataques virtuais e vazamento de informações.
De acordo com a última pesquisa global de segurança da PwC, 35% dos incidentes de segurança que resultam no vazamento de informações confidenciais estão relacionados funcionários, seguido por 29% de ex-colaboradores. Em terceiro lugar, com 22% dos casos, estão fornecedores, consultores e outros parceiros de negócios.
A pesquisa vem comprovar que não basta investir em tecnologia, mas também na educação dos funcionários e fornecedores associados, como uma forma de previnir possíveis divulgações de informações sigilosas. A economia do cibecrime tende a crescer exponencialmente e está se tornando um grande negócio. No entanto, cabem às empresas, governos e usuários estarem preparados para reduzir os impactos de sua atuação, por meio do uso de tecnologia, legislação e educação dos usuários.