A preocupação dos pais brasileiros com o comportamento de seus filhos na internet tem mudado nos últimos anos, de acordo com um levantamento realizado pela Kaspersky Lab. De acordo com a pesquisa, a principal preocupação dos adultos com o comportamento das crianças nas redes sociais dobrou nos últimos três anos.

O estudo mostra que entre 2013 e 2015, o bloqueio do acesso a sites de pornografia registradas pela ferramenta de controle dos pais passou de 2º para o 7º lugar, totalizando 200 mil tentativas. As redes sociais tiveram um grande salto no período, dobrando o número de tentativas de acesso e atingindo os 6,5 milhões, seguidas por contas de e-mail, com 1,3 milhão de tentativas, e jogos online, com 1 milhão de tentativas.

Horários
Outra mudança indicada pela pesquisa é o horário em que a ferramenta de controle é ativada. Em 2011, ele acontecia entre 15h e 20h, com pico às 16h. Agora, há picos entre 13h e 14h e às 19h. De acordo com Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab, a mudança está associada à maior preocupação dos pais com o cyberbulling.
“Nosso estudo mostrou que as crianças são relutantes em admitir que são vítimas de bulling, tanto que 51% dos pais só descobriram depois de um longo tempo (25%) ou quando o abuso online se transformou em assédio moral no mundo real (26%). O impacto emocional do cyberbullying pode ser devastador para os jovens e os pais precisam se informar mais sobre este tema para saber agir”, afirma Assolini.

O que fazer?
O analista sugere algumas medidas que podem proteger as crianças: configurar as redes sociais, por exemplo, para limitar quem pode ver e escrever mensagens para os pequenos, além de utilizar ferramentas de controle e monitoramento da internet, podem ser bastante úteis.
Assolini sugere também ir além da tecnologia. Para ele, os pais precisam conversar com seus filhos e alertar sobre os riscos do mundo online. “É preciso explicar a importância de manter as informações pessoais protegidas e não revelar online detalhes como endereço e número de telefone. Reflita sobre o que eles estão compartilhando e com quem; e a quem recorrer em busca de apoio quando houver abuso ou alguma angustia”, sugere.