Polícia encontra laboratório clandestino de bitcoins em Porto Alegre

Autoridades suspeitam que uma facção de tráfico de drogas esteja usando mineração da moeda digital para fazer lavagem de dinheiro
Redação24/04/2019 18h43, atualizada em 24/04/2019 19h45

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Em uma operação de busca por traficantes de drogas na última terça-feira, (23/4), o Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc) encontrou um laboratório para mineração de bitcoins em uma casa abandonada no Morro da Embratel, em Porto Alegre.

Os policiais suspeitam que uma facção criminosa da região esteja fazendo lavagem de dinheiro por meio da moeda virtual, usando o dinheiro do tráfico para comprar bitcoins.

No local, que fica na zona sul da cidade, foram encontradas 25 máquinas ligadas que, de acordo com relatos da polícia, funcionavam 24 horas por dia. O Denarc também encontrou hardwares e softwares sofisticados que somam mais de R$ 250 mil. Os equipamentos foram recolhidos para a perícia. As autoridades investigam se elas foram contrabandeadas, porque muitas eram provenientes da China.

Um homem presente no laboratório se apresentou como responsável pelos equipamentos e disse que usava o espaço, alugado, para minerar bitcoins como investimento – o que não é irregular. Ele negou qualquer envolvimento com o crime organizado. Apesar disso, foi autuado em flagrante por furto, porque o local tinha ligação de energia elétrica clandestina (“gato”). Também foi encontrado com ele uma pistola .40 com numeração raspada, além de uma motocicleta clonada.

Como a região é conflagrada pelo tráfico de drogas, os policiais suspeitam que o homem seria um segurança do local para comunicar os responsáveis pelo laboratório em caso de operações de busca.

Mineração de bitcoin

Como se fosse um mineral, como ouro ou carvão, o Bitcoin precisa ser “minerado”. Essa fabricação da moeda virtual é executada por processadores de diversos computadores, que geram valores para uma carteira virtual.

Os equipamentos realizam centenas de cálculos matemáticos, em um processo que valida as transações. As operações de pagamentos ficam registradas em uma rede com uma extensa lista de dados disponível publicamente, o chamado Blockchain.

Por conta disso, é possível rastrear a origem das moedas com certo grau de precisão. O sistema, no entanto, não impede a ocorrência de crimes digitais. Isso porque é possível utilizar identidades falsas para fazer a compra de bitcons. Por isso tantos cibercriminosos usam a moeda.

Atualmente, um bitcoin equivale a R$ 21 mil, mas o valor da moeda é muito volátil e está sujeito a alterações constantes.

Via: GaúchaZH

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital