Pesquisadores descobrem técnica que pode travar HDs apenas com ondas sonoras

Renato Santino28/12/2017 16h58, atualizada em 28/12/2017 19h15

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Se você é o tipo de pessoa que, por qualquer motivo, já precisou destruir um HD, pesquisadores das universidades de Princeton e Purdue têm uma novidade. Eles descobriram um método que permite atingir um disco rígido utilizando ondas sonoras, o que permite impedir a gravação de dados e travar um dispositivo sem precisar de acesso direto ao componente.

Para ter sucesso, os pesquisadores bombardearam um HD com um equipamento de som especializado, utilizando ângulos de incidência e frequências específicas que faziam com que as ondas sonora ressonassem com os componentes do disco, prejudicando o funcionamento e potencialmente danificando-o de forma permanente.

A explicação é bem simples. Ondas sonoras causam vibrações; ao atingir uma frequência específica, chamada de frequência de ressonância, é possível fazer algum objeto vibrar de uma forma violenta a ponte de sofrer danos. Basta lembrar da clássica cena de um cantor de ópera quebrando uma taça de cristal apenas com sua voz. É a mesma coisa, mas com um equipamento sonoro dedicado e um HD.

O site Bleeping Computer também explica que HDs modernos também contam com sistemas de segurança criados para proteger-se contra vibrações; a ideia é evitar que os braços mecânicos responsáveis por gravar e ler os dados acabem riscando os pratos que armazenam as informações. Esse sistema desliga o disco por completo em uma situação de vibração excessiva, o que faz com que o computador encare uma “tela azul da morte”.

Reprodução

Em seus testes, os pesquisadores conseguiram aplicar esse conceito tanto em um computador desktop, que travou completamente, quanto em câmeras de segurança, que parou de gravar imagens. No entanto, no mundo real, para a realização de um ataque com fins maliciosos, a técnica ainda se mostra pouco prática. Isso porque ela depende de um equipamento projetado especificamente para a função e funciona apenas em curtas distâncias, embora os cientistas notem que o alcance poderia aumentar com a utilização de uma fonte sonora mais poderosa.

Se a técnica for refinada, é possível que ela seja utilizada para uma série de atividades maliciosas, mas os cientistas também sugerem duas soluções: a primeira é começar a criar isolamento acústico para HDs dedicados a guardar dados sensíveis; a segunda é investir em um SSD, que não tem partes mecânicas móveis e não sofre com o problema da vibração.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital