A crescente preocupação com ataques cibernéticos e vazamento de dados fez com que as empresas investissem, nos últimos anos, um verdadeiro caminhão de dinheiro em diversas tecnologias de segurança. E, com o crescimento da área de cibersegurança, aumentaram também os desafios das empresas para alinhar corretamente esses investimentos às suas reais necessidades de proteger seus dados e se preparar para responder eventuais incidentes, de maneira adequada e em tempo hábil.

Podemos elencar aqui vários aspectos que mostram que esse cenário é bastante desafiador. As informações estão sendo devidamente analisadas, ou o time responsável pela gestão de segurança se perde no meio de todo esse turbilhão de informações? Qual o verdadeiro potencial de cada solução e, desse total, quanto realmente é utilizado? Ou seja, estou pagando por algo que, na prática, subaproveito?

Além disso, cada ferramenta instalada hoje protege uma camada diferente do ambiente e gera um verdadeiro dilúvio de logs de segurança em suas diferentes consoles. Essas informações precisam ser analisadas por profissionais competentes para que as devidas respostas sejam feitas.

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Ao mesmo tempo em que as empresas necessitam de especialistas para fazerem seus investimentos funcionarem, a falta de profissionais é latente. Um estudo da Global Information Security Workforce Study (GISWS) 2017 trouxe dados preocupantes: dois terços dos entrevistados indicaram que suas organizações não têm o número suficiente de profissionais de segurança cibernética para enfrentarem os desafios com os quais se deparam atualmente. O estudo deste ano revela que o gap de profissionais nessa área deve atingir 1,8 milhão em 2022, um aumento de 20% em relação à projeção feita em 2015. Como reflexo desse cenário, o Gartner aponta que Security Outsourcing deve ser a área dentro de serviços de segurança com maior taxa de crescimento até 2021(CAGR 12%), despontando como o maior mercado de serviços de segurança.

Devido ao contexto exposto, empresas estão se esforçando ao máximo para resolver essa difícil equação: acompanhar a evolução de ameaças, as habilidades dos atacantes e o dilúvio de alertas de segurança com processos manuais, enquanto faltam recursos, conhecimento e orçamento.

E vejam como a realidade comprova essa dificuldade: empresas levam, em média, 257 dias para identificar e responder a um incidente de segurança, enquanto um hacker precisa de apenas 15 horas para planejar e executar um ataque. Olhando este cenário, fica claro aos líderes de segurança a importância de direcionarem energia não somente para proteção do ambiente, mas também para o monitoramento do mesmo, discutindo tecnologias que permitam uma resposta mais rápida aos incidentes de segurança.

Até 2020, devido ao crescimento do número de ameaças e da escassez de profissionais de segurança, estima-se o crescimento em 15 vezes do número de empresas que irão procurar por tecnologias de orquestração, automação e respostas (conhecidas como SOAR), para melhorar as capacidades de inteligência no gerenciamento de ameaças, monitoramento dos eventos e processo de resposta à incidentes.

Devido ao grande número de controles de segurança no mercado e escassez de pessoal nas operações de segurança, essa é uma necessidade crescente. Tudo funciona como uma equipe de Formula 1, onde apenas a máquina (ou seja, tecnologia) não é capaz de vencer uma corrida por si só, sendo vital um bom time de engenheiros com processos bem pensados e claro, um bom piloto.

Todo o cenário descrito será impactado por temas que vamos passar a discutir aqui nessa coluna mensal. Vamos falar de tendências do mundo de cibersegurança, como a redução no tempo de resposta aos incidentes, Inteligência artificial aplicada para defesa cibernética, lei geral de proteção de dados, threat intelligence, entre outros assuntos. Espero vocês na próxima coluna!