Segundo relatório Spam and Phishing, produzido pela Kaspersky, empresa russa de cibersegurança, o Brasil é o quinto país que mais sofreu tentativas de phishing no segundo trimestre deste ano. O documento indica que, em cada 8 brasileiros, pelo menos 1 sofreu tentativa deste tipo de golpe no período.
O phishing é um tipo de ataque online em que um cibercriminoso envia um link ou arquivo no e-mail da vítima. Ao clicar no site ou baixar o arquivo, hackers invadem o dispositivo e têm acesso a dados pessoais e financeiros das vítimas.
Quando comparado o mês de abril de 2019 e 2020, um único software anti-phishing registrou um aumento de 6 milhões de anexos mal-intencionados. O tipo de vírus mais encontrado nas caixas de e-mail foi o “Trojan.Win32.Agentb”, que também é usado para interromper o desempenho de computadores.
O analista sênior de segurança, Fábio Assolini, explica que o confinamento, por causa da pandemia do novo coronavírus, estimulou os criminosos a intensificar o envio de links maliciosos. Segundo ele, os hackers se aproveitaram da desinformação coletiva e do auxílio emergencial para enviar links como iscas.
Em um dos casos, o software interceptou um e-mail que oferecia um kit gratuito de máscaras e álcool gel. Em outro caso, o link oferecia cadastro para uma suposta isenção de tarifa de energia concedida pelo governo federal.
No phishing, os criminosos tentam se passar por empresas ou pelo governo. Foto: iStock
O relatório também mostra o reaparecimento de um velho golpe. Por causa da crise, os criminosos enviavam um e-mail oferecendo empréstimos com baixa taxa de juros. Ao abrir o anexo, os golpistas conseguiam acesso ao computador da vítima.
Outro relatório da mesma companhia aponta que os ataques contra celulares quase que dobraram neste período. Até a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, a média de tentativas de golpes era de 10 por minuto. Depois disso, esse número saltou para 23 ataques a cada minuto.
De modo geral, o relatório mostra que a proporção de spams no trafego de e-mails caiu quando relacionamos os dados com o primeiro trimestre de 2020: 54%, no primeiro; contra 50% no segundo trimestre. Entretanto, por causa do trabalho remoto, a média de uso de e-mails também aumentou.