Três homens admitiram ter criado uma enorme rede de computadores responsáveis pela queda de alguns serviços da internet em 2016. Paras Jha, Josiah White e Dalton Norman, todos residentes nos Estados Unidos, são acusados pelo departamento de justiça americano de criar um sistema com mais de 300 mil roteadores pirateados e outros dispositivos. A ação visava gerar tráfego para congestionar servidores.

De acordo com as acusações entregues pelo governo americano na terça-feira, 12, o objetivo do trio no ataque era derrubar os sites e locar sua tecnologia para outros hackers. Para isso, foi criada uma rede de bots batizada de Mirai, composta por mais de 300 mil roteadores Wi-Fi, gravadores de vídeo e outros dispositivos.

O ataque, realizado em outubro de 2016, afetou o provedor Dyn e fez com que serviços populares como Twitter e Netflix ficassem inacessíveis por cerca de um dia. Logo após, Paras Jha postou o código fonte em um fórum hacker para que outras pessoas pudessem gerar novos golpes, segundo revelou os promotores.

Outra acusação que cai sobre o trio é a criação de mais uma rede composta por 100 mil dispositivos para fraudar anúncios online com tráfego falso. O esquema teria rendido aos criminosos mais de 200 Bitcoins, que custavam cerca de US$ 180 mil na época. Hoje, o valor chegaria a US$ 3,2 milhões (mais de R$ 10 milhões).

De acordo com a publicação do Wall Street Journal, nenhum dos três criminosos foi sentenciado ainda. Além do grande ataque de outubro de 2016, Paras Jha também se declarou culpado por acusações de administrar uma rede de bots usada para atacar a Universidade Rutgers, onde estudou de 2014 a 2016.