Silvonei José de Jesus Souza, hacker acusado de clonar o celular de Marcela Temer, esposa do presidente da República Michel Temer, foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de estelionato e extorsão. O processo foi concluído em seis meses, mas ainda cabe recurso.

Detido provisoriamente em maio deste ano, o hacker exigiu R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios da primeira dama. Nos autos do processo, o nome de Marcela Temer foi substituído por “Mike”, som que no alfabeto fonético usado por militares correspondente à letra M, de Marcela.

publicidade

De acordo com o G1, o advogado de Silvonei, Valter Albuquerque, criticou a decisão do juiz. “Por ele ser de baixa periculosidade, deveria ser regime aberto ou semiaberto”, disse ele. O hacker deve cumprir pena em regime fechado no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.

O caso

Silvonei teria descoberto o número de telefone pessoal de Marcela ao comprar um CD pirata que armazenava dados de diversas pessoas, públicas e anônimas. O hacker então clonou o WhatsApp da primeira-dama e, se passando por ela, pediu R$ 150 mil ao irmão de Marcela para uma suposta pintura.

publicidade

Depois disso, Silvonei teria confrontado Marcela diretamente pedindo os R$ 300 mil citados pela acusação. O hacker teria ainda ameaçado divulgar áudios que, “fora de contexto”, poderiam comprometer a imagem de Michel Temer, que na época era vice-presidente e aguardava o resultado do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Temer teria optado por não envolver a Polícia Federal no caso porque acreditava que o hacker tinha motivações políticas. Alexandre de Moraes, hoje ministro da Justiça, e que na época era secretário de Segurança do estado de São Paulo, se envolveu no caso a pedido de Geraldo Alckmin, governador paulista.

publicidade

Alexandre então teria acionado a Divisão Anti-Sequestro (DAS) do estado de São Paulo para descobrir quem era o chantagista. O hacker acabou preso no dia 11 de maio, um dia antes de Temer ser empossado como presidente interino devido ao afastamento de Dilma. Alexandre foi nomeado ministro logo em seguida.