Os três poderes militares tradicionais – infantaria, aeronáutica e marinha – podem estar prestes a virar quatro, com a inclusão de uma divisão de ciberdefesa. É isso que sugere o governo francês, que pretende investir até 1 bilhão de euros no treinamento de seu “quarto exército” até o fim de 2019, de acordo com a Reuters.
Segundo o site, o país pretende ter, até lá, 3.200 “soldados digitais” prontos para defender os sistemas nacionais – seis anos atrás, havia apenas 100 militares com essa capacitação. Além desse número, o governo ainda quer manter um total de 4.400 reservistas prontos para entrar em ação na falta de alguns dos soldados da cota inicial.
De acordo com o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, “as ameaças vão aumentar. A frequência e a sofisticação dos ataques estão aumentando sem trégua”. Isso justifica o investimento do país nos novos recrutas: quem passa pelos testes para defender o território cibernético do país começa ganhando um salário de 3.000 euros (cerca de R$ 9.900).
Ameaças
Entre as provas que os candidatos precisam cumprir para serem declarados aptos a servir estão exercícios que vão desde contra-atacar ameaças de infiltração até simulações de perdas totais de controles de sistemas e redes do país. “O próximo desafio da ciberdefesa será não apenas detectar os ataques, mas continuar nossa operação militar em meio a um ciberataque, usando o espaço digital para lançar nossa própria contra-operação”, disse Le Drian.
Por mais que uma guerra de fato entre potências mundiais seja uma imagem distante, embates cibernéticos desse tipo são bem mais comuns e preocupantes. No começo do ano, as principais agências de inteligência dos EUA confirmaram que a Rússia havia interferido nas eleições no país, o que compreensivelmente deve levar a França a buscar fortalecer suas defesas digitais.