O governo do Japão aprovou uma nova emenda à lei de telecomunicações que permitirá hackear seus cidadãos para verificar se eles têm dispositivos seguros ou não para quando a Internet das Coisas (IoT) for implementação.
A inspeção, sem precedentes na história, será realizada pelo Instituto Nacional de Tecnologia sob a supervisão do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações. O Japão está se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
Acredita-se que a Rússia tenha conseguido hackear a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno com o worm da rede Olympic Destroyer. Também da Rússia vem o ataque suspeito no caso de VPNFilter, um botnet construído em roteadores e dispositivos de IoT que estavam desprotegidos. Essa foi uma tentativa de boicotar a final da Champions League de 2018, em Kiev, Ucrânia.
De acordo com o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do Japão, ataques contra dispositivos de IoT representam dois terços de todos os ataques cibernéticos conhecidos. Portanto, o plano é criar uma lista de dispositivos conectados que usem senhas predeterminadas ou fáceis de adivinhar, enviá-las a provedores de Internet e solicitar que os consumidores tomem medidas para proteger sua rede.
Nesta inspeção, as autoridades do Instituto Nacional de Tecnologia do Japão testarão a segurança de mais de 200 milhões de dispositivos de IoT, incluindo roteadores e webcams. O processo começará em fevereiro e afetará tanto os lares quanto as empresas.
Se funcionar como esperado pelo governo, o plano será muito positivo para a segurança de todos os usuários da Internet no Japão. Mas os críticos do governo não pensam o mesmo.
Uma lista enorme de dispositivos inseguros parece o sonho de todo hacker especializado em botnets; e alertar os usuários em particular poderia ter o mesmo efeito de fazê-lo de maneira generalizada e pública: poucas pessoas farão a mudança e tudo permanecerá da forma como era antes. De qualquer modo, valerá a pena estar ciente dos resultados.