As caixas de som conectadas com Google Assistente como o Google Home já sofrem resistência de uma parte do público que acha que a empresa vai espionar todas as suas conversas. Imagine então se essas pessoas descobrissem que o Google embutiu um microfone “secreto” em um produto que supostamente não teria nenhum tipo de interação por voz, como aconteceu com um aparelho chamado Nest Guard, um aparelho voltado para segurança doméstica.
O dispositivo foi lançado em 2017, servindo como um hub com um teclado numérico para integrar sensores de segurança do Nest Secure, que é um kit de segurança doméstica. Só agora, no entanto, ele ganhou interação por voz e integração com a Google Assistente, o que jamais seria possível se o aparelho não tivesse saído de fábrica com um microfone embutido, o que não era informado aos usuários no momento da compra.
A reação à descoberta obviamente foi negativa. O Google foi questionado pelo site Business Insider sobre o microfone secreto e disse ter se tratado de um erro. “A intenção nunca foi manter em segredo. O microfone deveria ter sido listado nas especificações técnicas”, afirmou um representante da empresa.
O Google afirma que o microfone incorporado ao Nest Guard nunca foi usado até a implementação da integração com o Google Assistente. Depois da atualização, os usuários ainda precisam habilitá-lo primeiro antes que ele possa detectar sons. Segundo a empresa, a ideia de embutir o microfone no aparelho era habilitar recursos de segurança, como, por exemplo, o reconhecimento de vidro quebrando.
A questão nestes casos é saber o quanto é possível confiar nas empresas de tecnologia. O Facebook está aí provando há quase dois anos que essas companhias se mostram incapazes de lidar com a privacidade do usuário do modo correto. O próprio Google já enfrentou seus problemas, chegando a receber multas milionárias por não deixar clara sua política de privacidade aos usuários. Talvez o microfone realmente nunca tenha sido ligado? Talvez. Há como garantir? Não.