Em quase todas as semanas são descobertos golpes realizados através do WhatsApp. Um dos mais recentes oferecia uma máquina de café da marca Nespresso, mas outros já garantiram vagas de emprego em grandes empresas, descontos em serviços ou funcionalidades em aplicativos; em troca, o usuário pode precisar fazer um cadastro, enviar o link para os seus contatos ou até baixar um app.
Embora muitos acreditem que esses ataques pareçam um tanto óbvios, não é isso que os números mostram. Dados divulgados durante a 7ª Conferência Latino-americana de Analistas de Segurança da empresa Kaspersky mostram que, nos primeiros oito meses de 2017, foram registrados mais de 931 mil ataques contra dispositivos móveis na América Latina – o que representa seis ataques por usuário de smartphone.
O Brasil, por ser o maior país da região, assume a liderança com 31% dos ciberataques móveis de toda a área, seguido por México (29%) e Colômbia (7%). Entre os golpes nos quais os brasileiros caíram estão os relacionados ao saque do FGTS – apenas um link falso sobre o benefício recebeu mais de 1 milhão de cliques.
Segundo o analista de segurança da Kaspersky Thiago Marques, diferentemente dos phishings via e-mail ou ataques através de páginas na web, os cibercriminosos que usam o WhatsApp trabalham com a engenharia social para conseguir espalhar o golpe. Basicamente, os próprios usuários acabam divulgando os links maliciosos.
Através dos golpes, os criminosos ganham dinheiro usando os dados da vítima para fazer inscrições em serviços pagos de SMS. Também é possível instalar um malware ou então recolher informações de privacidade, como chamadas telefônicas, fotos, números de contatos, microfone, localização e dados relacionados às conexões Wi-Fi. Além do prejuízo financeiro, as vítimas também têm sua segurança colocada em risco.