Pesquisadores da Universidade de Michigan e da Microsoft publicaram um estudo de segurança sobre a plataforma SmartHome da Samsung. Segundo o estudo, falhas de segurança na plataforma da empresa permitem que hackers tomem medidas maliciosas, como disparar o alarme de incêndio ou abrir as portas da casa do usuário.
Abrindo as portas
Os programadores conseguiram usar um dos aplicativos criados para controlar os dispositivos conectados à SmartHome para roubar as credenciais de autenticação dos usuários. Fazendo com que o usuário clicasse em um link malicioso, os pesquisadores conseguiam usar as credenciais dele para criar uma nova senha para controlar as fechaduras inteligentes. O vídeo abaixo (em inglês) explica como isso poderia ser feito, embora o nome do aplicativo tenha sido propositalmente omitido:
Essa senha continuaria a funcionar junto com a senha principal do usuário, sem que ele tivesse conhecimento dela. Por meio dela, usuários mal-intencionados poderiam abrir remotamente as portas das casas das vítimas. Além disso, a senha continuaria a funcionar mesmo que o usuário mudasse sua senha ou desativasse o sistema.
Também seria possível utilizar o link malicioso para coletar as credenciais de autenticação de diversos usuários de uma só vez. Postando o link malicioso em um fórum ounsite voltado para usuários da SmartHome, eventuais hackers conseguiriam ganhar acesso a diversas casas simultaneamente.
Outras falhas
Os pesquisadores ainda descobriram três outras falhas que, no entanto, exigiriam que os usuários baixassem aplicativos maliciosos da plataforma da Samsung. Uma vez realizado o download, porém, os hackers poderiam usar o aplicativo para controlar as lâmpadas da casa do usuário, acionar o alarme de incêndio ou ainda roubar a senha de acesso das portas da casa, enviando-a via SMS. Essa última falha é ilustrada no vídeo abaixo:
De acordo com os pesquisadores, o aplicativo malicioso precisaria apenas solicitar saber a capacidade da bateria do smartphone para ter esse tipo de acesso. Eles alegam que trata-se de um problema de privilégios da plataforma SmartHome, e que seria fácil esconder códigos maliciosos em um aplicativo da plataforma mesmo que ele passasse por uma revisão rigorosa.
Resposta
A Samsung enviou uma declaração à Wired diminuindo a importância das falhas. “As vulnerabilidades potenciais divulgadas dependem primeiramente de dois fatores: a instalação de um aplicativo malicioso ou a falha de desenvolvedores de seguir as diretrizes da SmartThings para manter seu código seguro”.
Sobre os aplicativos maliciosos, a empresa diz que eles “não poderiam impactar nossos consumidores, graças aos processos de certificação e revisão de código que a SmartThings tem para evitar que aplicativos maliciosos sejam aprovados para publicação”. A empresa ainda disse ter implementado novas medidas de segurança para evitar que os ataques possam acontecer.
No entanto, segundo os pesquisadores, esses ataques ainda funcionam apesar das mudanças feitas pela Samsung. De acordo com eles, o problema principal é o sistema de privilégios da plataforma, que dá aos dispositivos poderes que eles não deveriam ter, e que consequentemente permite ataques desse tipo.