O Facebook anunciou na semana passada um programa para combater a “pornografia de vingança” na Austrália. O método da rede social, no entanto, é bastante curioso: como o TechCrunch aponta, para impedir que outras pessoas vazem nudes de um usuário específico, a rede social pode acabar pedindo para que esse usuário faça upload de suas nudes.

A informação é do noticiário australiano ABC. Caso um usuário sinta-se ameaçado de que fotos íntimas suas sejam compartilhadas por outras pessoas, ela entra em contato com a comissão de segurança eletrônica da rede. A comissão pode então solicitar que o usuário use o Messenger para enviar as imagens em questão para si mesmo. 

Já vi essa foto

Isso não significa, porém, que pessoas da comissão de segurança ou da rede social poderão ver a imagem. De acordo com os sites, uma vez que a imagem é enviada por meio do Messenger, ela ganha uma “hash” (uma espécie de impressão digital virtual). A comissão de segurança eletrônica não armazena a imagem, mas armazena a “hash” dela.

Com isso, se outra pessoa tentasse fazer upload da mesma imagem, ela teria a mesma “hash”. Dessa forma, a rede social poderia detectar que a foto íntima estava prestes a ser compartilhada, e impedir que isso acontecesse. Além disso, de acordo com a ABC, o sistema também utiliza inteligência artificial para detectar cópias da imagem com pequenas alterações.

Rede de proteção

Em entrevista à rede, a diretora global de segurança do Facebook, Antigone Davis, disse que a Austrália é um dos quatro países que estão fazendo parte desse teste – a rede social, no entanto, não divulgou quais são os outros três. Ainda assim, é bastante provável que ela se expanda para outros países, já que o problema de pornografia de vingança é infelizmente mundial.

Não está claro, porém, se esse método só impede o compartilhamento de imagens íntimas no Messenger. Como o Facebook é dono do Messenger, WhatsApp e Instagram, a rede teoricamente poderia expandir o alcance do método para que ele envolvesse outros aplicativos também. Mas, por enquanto, nada foi declarado ainda.