O Facebook se viu envolvido em mais uma polêmica. A empresa, que já teve um ano de 2017 horrível do ponto de vista de deterioração de sua imagem, ofereceu um questionário no mínimo controverso aos seus usuários. Em uma das perguntas encontradas pelo site The Guardian, a rede social perguntava se pedofilia é um tema aceitável para ser apresentado na página.

O questionário é direto, perguntando ao usuário como ele lidaria com o seguinte tema: “Uma mensagem privada na qual um homem adulto pede fotos sexuais a uma garota de 14 anos”. Duas das alternativas oferecidas aos usuários são positivas a esse tipo de conteúdo rodando na rede social. A primeira alternativa é “este conteúdo deve ser permitido e eu não me importaria de vê-lo”, enquanto a segunda é “este conteúdo deve ser permitido, mas eu não gostaria de vê-lo”. Em seguida, existe a opção negativa: “este conteúdo não deve ser permitido no Facebook, e ninguém deveria ser capaz de vê-lo” e uma resposta neutra de “não tenho preferências neste tópico”.

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Após responder a essa pergunta, o Facebook apresentava outro questionário relacionado a adultos pedindo fotos sexuais para adolescentes de 14 anos. Agora a empresa quer saber como ela deveria lidar com esse tipo de conteúdo, com as opções de resposta abaixo. Note que nenhuma das alternativas contempla a opção de envolver as autoridades em um caso claro de pedofilia:

  • O Facebook decide as regras por conta própria;
  • O Facebook decide as regras com a ajuda de especialistas externos;
  • Especialistas externos decidem as regras e informam o Facebook;
  • O Facebook decide as regras por meio de votação de seus usuários;
  • Não tenho preferência

Diante da repercussão do caso, o Facebook rapidamente se pronunciou para declarar que esse questionário foi exibido por engano, e que as pesquisas foram interrompidas. Guy Rosen, vice-presidente do Facebook, se manifestou pelo Twitter explicando o que aconteceu. “Nós fazemos esses questionários para saber o que a comunidade pensa sobre como implantamos nossas políticas. No entanto, esse tipo de atividade sempre será completamente inaceitável no Facebook. Nós regularmente colaboramos com as autoridades quando casos são identificados. Não deveria ser parte do questionário. Foi um engano”, declarou o executivo no Twitter.

Diante da bizarrice do questionário, é muito claro que se trata de um erro por parte do Facebook, mas a dúvida é como alguém achou que foi uma boa ideia redigir uma pergunta dessas em primeiro lugar. Como ninguém na empresa pensou que talvez não fosse uma boa ideia levar essa pergunta para o público?

Em comunicado ao Guardian, o Facebook confirmou a remoção do questionário. “Nós entendemos que esta pesquisa se refere a conteúdo ofensivo que já é proibido no Facebook e não temos a intenção de permiti-los, então paramos a pesquisa. Nós proibimos a corrupção de menores no Facebook desde os nossos primeiros dias e não temos a intenção de mudar isso. Trabalhamos regularmente com a polícia para garantir que qualquer um agindo de tal forma seja levado à Justiça”, diz o comunicado.